Conheça Jhony Santos D'oliveira...


 Me chamo Jhony Santos D'oliveira, sou cadeirante pq tive mielomeningocele, uma malformação na coluna. Tenho 26 anos, sou de Cabo Frio, mas sou funcionário Público da Universidade Federal Fluminense (UFF) em Macaé.
Minha infância e juventude, foram "normais" na medida do possível. Sempre fiz tudo o que eu tinha vontade de fazer... A deficiência nunca me impediu de fazer nada.

Mas é claro que tive momentos difíceis que passei, foram poucos e foram na adolescência... Principalmente em épocas de cirurgia, em que a gente tem que ficar internado um tempinho e também por conta da incontinência que eu tenho, mas nada que com um pouco de jeito e criatividade eu não pudesse transpor, entende?

Hoje em dia eu encaro a deficiência de forma mais natural ainda. Como disse ali em cima, eu trabalho, viajo sozinho... Aprendi a ser independente ao longo dos anos com muito esforço, força de vontade e apoio dos meus pais, que hoje em dia me dão total liberdade pra fazer tudo sozinho quando e como eu quiser... Eles só me dão um suporte caso eu precise e peça à eles. Desde sempre a gente soube que eu era capaz de fazer praticamente tudo.

Adoro ir em festas e shows, e um dos shows mais inesquecíveis foi do Iron Maiden no Rock in Rio 2013. Meses antes do show, eu e ele estávamos pensando em me erguer na frente do palco, para talvez chamar a atenção da banda.

No dia do show, entramos na Cidade do Rock assim que os portões se abriram e eu como sempre fui muito cauteloso, vi o tamanho do lugar e já imaginei que pudesse e iria encher bem mais do que no momento que entramos. Então eu e o Leonardo, meu amigo, decidimos tentar no primeiro show do dia, do Andre Matos (ex-vocalista do Angra), como tinha menos gente, para saber se ia dar certo pra mais tarde, durante o show do Iron Maiden, o ultimo show da noite. Quando fui erguido me senti num mar de gente, me senti como se não houvesse a cadeira por baixo de mim, apenas as pessoas me segurando.

Mas tudo o que foi feito foi muito bem pensado e calculado os "riscos" de se tentar aquilo, mas era apenas um "teste". Foi quando voltei pra área reservada pra cadeirantes que um fotógrafo, então do jornal O Globo, disse que tinha registrado o momento e foi perguntar meu nome, de onde eu era, qual banda esperava ver no dia. E logo em seguida o repórter Ari Peixoto da Globo Rio, veio falar comigo sobre oq o fotografo tinha registrado e me pediu pra que eu fizesse de novo para que o cinegrafista pudesse registrar e fazer uma entrevista comigo. Pensei um pouco se valeria a pena fazer aquilo de novo e fui. Foi quando fizeram as imagens e em seguida a entrevista, que horas depois eu descobriria que iria passar no Fantástico, naquele mesmo domingo do show.

Cerca de uma hora depois que fui fotografado, entrei no Facebook para postar algumas fotos e vi muitas notificações de amigos me marcando em publicações, até então não sabia sobre o que era pois as marcações não carregavam, até que meia hora depois consegui visualizar que era a foto, publicada na pagina oficial do jornal O Globo no Facebook... à medida que a cidade do Rock foi se enchendo eu decidi, portanto, não ser erguido de novo pois seria um risco muto maior.

No dia seguinte, quando cheguei em casa e entrei novamente no Facebook, pude ver o tamanho do feito que eu havia realizado. O que era pra ser somente um ato pra minha diversão acabou viralizando na internet e muitas pessoas vieram me elogiar pelo o que eu havia feito. 
O que talvez, poucos saibam que é, meses depois eu acabei repetindo o ato de ser erguido, em Brasilia no show da banda finlandesa Sonata Arctica, ao qual fui filmado pelo vocalista da banda para registro pessoal daquele show. 

Ano passado quando fui ao show da mesma banda, agora no Rio, pude conhecer os integrantes e em inglês o vocalista da banda, Tony Kakko, disse que lembrava de mim sendo erguido no show deles e ainda, o produtor da banda lhe disse que eu tinha feito aquilo, primeiro, no Rock in Rio... E ele entrou em êxtase de tamanha empolgação e surpresa!

Ainda hoje pessoas me marcam nessa foto em publicações de outras páginas sobre Rock e Metal... E sempre que vejo bate uma saudade imensa daquele dia, mas não pretendo mais fazer o que fiz naquele dia... Sempre estou em busca de experiências novas, que me desafiam e me divirtam, mas sempre pensando muito sobre os riscos... Nunca fazendo por impulso!

Por tudo isso que acho que ser cadeirante é claro que depende muito do nivel da lesão, né? Mas acredito que a gente tendo vontade de fazer as coisas nada vai nos atrapalhar, pq pra tudo dá-se um jeito." essa ai


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