Conheça Wellington...


Qual seu nome e sua idade?
Wellington Lucena, 26 anos

Solteira/ casada/ separada? Já namorou/casou?
Solteiro.

Tem filhos?
 Não

Você estuda ou trabalha?
Estou terminando um curso superior em Letras/Inglês pela UEPB. Trabalho informalmente como artista plástico.

O que mais gosta em você? E o que não gosta em você? (pode ser alguma parte do corpo ou outra coisa)
Gosto muito da minha criatividade e facilidade de comunicação. Não gosto do meu lado crítico e perfeccionista.

Qual sua música preferida?
Parte superior do formulário

Qual sua cor preferida?
Preta/Amarela/Branca

Qual sua frase preferida?
Quando sua realidade muda, seus sonhos não precisam mudar. 

O que mais gosta de fazer?
 Viajar, conhecer novos lugares e pessoas, fazer amizades. Tudo isso também vale se for através da internet.

Se fosse pra escolher uma pessoa que você gostaria de ser, quem seria?
 Nunca parei pra pensar, sinceramente, contudo, gostara de ser eu mesmo.

Em algumas palavras conte sua história:
No dia 09 de Novembro de 2010, eu estava viajando de volta do trabalho para casa, quando repentinamente dei um cochilo e daí não me lembro de mais nada… acordei no outro dia na maca de um hospital. Segundo o que consta no meu laudo do acidente, a moto me lançou e bati com a cabeça no chão (óbvio que estava com capacete, senão não estaria aqui pra contar), a viseira do mesmo ainda quebrou e me cortou acima um pouco do lábio superior, me deixando mais uma cicatriz, na queda a pancada foi toda nas costas, uma vez que caie primeiro e depois parte da moto caiu sobre mim, o que me ocasionou um traumatismo raquemedular ao nível da coluna torácica. Tive poucas escoriações pelo corpo. A pancada lesou parcialmente minha medula no nível T4, causando paraplegia, perda dos movimentos e sensibilidade dos mamilos pra baixo. Fiz uma cirurgia para descompressão da medula e outra para colocação de uns pinos de titânio para sustentação de uma vértebra, fiquei dois meses e alguns dias internado até voltar pra casa e começar um árduo processo de reabilitação.
Passei por muitas dificuldades, tudo na minha vida mudou desde então e tive que reaprender a fazer muitas coisas ás quais preso á uma cadeira de rodas não são nada fáceis. Sofri grandes decepções, pensei em desistir, mas a minha determinação e a vontade de viver me fizeram superar tais barreiras e retomar a minha vida, hoje espero dar minha contribuição a essa sociedade lutando pela erradicação da desigualdade e do preconceito que ainda imperam na cabeça de alguns quando se referem ás pessoas com deficiência. 

Qual situação mais difícil ou constrangedora que você passou ou passa, por ser cadeirante?
Certo dia eu estava esperando o carro que me transporta até o local onde faço fisioterapia para voltar pra casa e na ocasião aproximou-se uma senhora que também esperava o mesmo transporte, sentou-se numa cadeira ao meu lado e iniciou o seguinte diálogo:
Ela: Você faz fisioterapia há muito tempo?
Eu: Há um ano.
Ela: Eu comecei hoje, tenho 90 anos e sou cheia de problemas, tenho: artrite, artrose, osteoporose, sou hipertensa, só escuto bem pelo ouvido direito, tenho catarata nos dois olhos e pela manhã quando acordo só desperto depois que tomo meus remédios e fico meia hora no sol.
Eu (#com cara de assustado): Nossa quanta coisa, hem! Mas a senhora vai melhorar consideravelmente com as seções de fisioterapia.
Ela(#curiosa): Mas você não anda?
Eu: Ainda não!
A essa altura da conversa chega o nosso carro, então o motorista desce, se aproxima e fala que só poderá levar um paciente de cada vez, dando prioridade aos idosos e cadeirantes...como nessas condições só tinha eu e aquela senhora, ele olhou pra gente e perguntou: qual dos dois vai primeiro?
Eu pensei: vou deixar ela ir logo, mas aí antes que e dissesse qualquer coisa a velhinha ficou de pé e disse:
Pode levar esse rapazinho primeiro, por que ele está pior que eu.
 Eu estou mal; mas ainda ando!
Eu hoje conto isso de forma cômica, mas no dia eu achei super constrangedor.......rsrsrs

O que você não aceita que as pessoas comentem com você, devido a sua necessidade especial?
 Não tenho nenhuma restrição quanto a isso, só não gosto que me olhem com olhar de comiseração.

Como você espera que as pessoas “andantes” haja quando se depara com alguém especial como nós cadeirantes?
Com naturalidade, não há nada pior que ser tratado de forma indiferente.

Coloque a boca no trombone deixando seu recado para quem quiser:
 Apesar do pouco tempo que sou cadeirante, já passei por muitas experiências e quando lembro que me deparava com circunstâncias que antes baixava a cabeça e me deprimia, e que agora ergo e mostro com orgulho que sou capaz, transmito para as pessoas que estão ao meu redor uma energia positiva, fazendo com que estas me enxerguem com igualdade, deixando o “preconceito” de lado e passando a me ver de forma normal, porque é assim que sou.
O fato de ser deficiente não me torna inferior, somos todos dotados de inteligência e sentimentos, e cada ser humano é insubstituível em sua essência. Assim sendo, vamos saber nos impor, conquistando o nosso espaço, transformando a sociedade e elevando as pessoas á nos enxergarem com dignidade, respeitando as nossas diferenças.

O que  você Ama?
Amo a Deus, a vida e as pessoas que Ele me deu!

O que você  odeia?
Odeio pessoas irresponsáveis e sem comprometimento com o aquilo que assumem fazer.

O que você tem medo?
 Tenho medo de ficar sozinho.

Um mania?
De fotografar todos os momentos. Adoro fotos.

Familia pra você é?
Tudo. Amo! 

O Que você adora comprar?
 Roupas e produtos tecnológicos.

O que você não deveria, mas gosta de comer?
Doces........adoro, mas são muito calóricos.....rsrsrs

Um sonho?
Ser independente enquanto cadeirante e poder ajudar outras pessoas a superar suas dificuldades dando meu próprio testemunho de vida, meu exemplo..........e vou realizar isso, aguardem!

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