Esgrima Em Cadeira De Rodas - Paraolimpíadas RIO 2016



*Texto revisado por Kleber Castro, treinador de Esgrima em Cadeira de Rodas

Escolha sua arma: espada, florete ou sabre?

A esgrima em cadeira de rodas nasceu com o objetivo de viabilizar a prática da esgrima por pessoas com deficiência física. Nessa modalidade, os atletas competem em cadeiras de rodas que, embora fixas ao solo, proporcionam total liberdade de movimentos do tronco (principalmente laterais) e dos membros superiores. O objetivo é tocar o corpo do adversário, sem ser tocado, em combates de 3 pontos ou 5 minutos cada um, o que acontecer primeiro.

A atividade tem o mesmo ritmo rápido da esgrima convencional e pode ser praticada por pessoas amputadas, paraplégicas ou com paralisia cerebral, a partir de 8 anos. Não é necessário ser cadeirante: pessoas com deficiência nos membros inferiores ou com dificuldades de marcha que conseguem se locomover sem cadeira de rodas também podem praticar a esgrima em cadeira de rodas.


História:

Destinada a atletas com deficiência locomotora, há registro da esgrima adaptada desde 1953 e foi aplicada originalmente pelo médico alemão Ludwig Guttmann, o pai do movimento paraolímpico. A modalidade, uma das mais tradicionais dos Jogos Paraolímpicos, é disputada dede a primeira edição dos Jogos, em Roma 1960.

A disputa segue as regras da IWAS - International Wheelchair & Amputee Sports Federation, e FIE - Federação Internacional de Esgrima. Em competição, as pistas medem 4m de comprimento por 1,5m de largura, e as cadeiras de rodas ficam afixadas ao chão.

Em Londres 2012, o Brasil faturou pela primeira vez uma medalha na modalidade, sendo nada menos do que o ouro. Jovane Guissone derrotou os franceses Marc Cratere e Alim Latreche nas quartas de final e na semifinal, respectivamente. Na decisão, superou a disputa acirrada com Chik Sum Tam, de Hong Kong, por 15 a 14. Cerca de seis anos antes dessa medalha de ouro, o gaúcho ficou paralisado após levar um tiro nas costas durante um assalto.


Classificação dos atletas:

- Classe 1A - Atletas sem equilíbrio sentado, com limitações no braço armado, sem extensão eficiente do cotovelo e sem função residual da mão. Nesse caso, é necessário fixar a arma com uma atadura;
- Classe 1B - Atletas sem equilíbrio sentado, com limitações no braço armado. Detém extensão funcional do cotovelo, mas sem flexão dos dedos. Nesse caso, a arma é fixada com uma bandagem;

- Classe 2 - Atletas com total equilíbrio sentado, com braço armado normal. Paraplegia do tipo T1/T9 ou tetraplegia incompleta com sequelas mínimas no braço armado e bom equilíbrio sentado;

- Classe 3 - Atletas com bom equilíbrio sentado, sem suporte de pernas e braço armado normal. Pequenos resquícios de amputação abaixo do joelho ou lesões incompletas abaixo da D10 ou deficiências comparáveis, mas com manutenção do equilíbrio sentado;

- Classe 4 - Atletas com bom equilíbrio sentado, com suporte das extremidades superiores e braço armado normal, como lesões abaixo da C4 ou deficiências comparáveis;


Benefícios:

A esgrima em cadeira de rodas é indicada para qualquer pessoa com deficiência física relacionada à dificuldade ou impedimento de marcha/caminhada ou de determinados movimentos de membros superiores, independentemente da idade, da estatura ou do peso. A sua prática pode contribuir para o aprimoramento das qualidades físicas, motoras, intelectuais e morais do indivíduo.

Outro importante benefício que a pessoa com deficiência pode obter com esse esporte é a melhoria das suas condições psíquicas, já que a esgrima é capaz de atuar nas emoções básicas, sendo um método ideal para aliviar a tensão nervosa e proporcionar sensações de independência e bem estar.



Assista aos vídeos sobre o esporte:


Esgrima em cadeira de rodas (Comitê Paralímpico Brasileiro)






Rede Minas TV


Faça Parte (TV RecordMinas)


Gostou? Quer saber mais?

Apostila Esgrima em Cadeira de Rodas (escrita pelo coordenador da Esgrima BTC e árbitro internacional de ECR, Carlos Moreira.)


Agora que você já conhece um pouco mais sobre a esgrima em cadeira de rodas, é cruzar os dedos e torcer pelos nossos atletas paralímpicos na Rio2016.



Conheçam os atletas que irão representar o Brasil nas Paralimpíadas Rio 2016:







Fontes: Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e Esgrima BTC
Tecnologia do Blogger.