Crianças cadeirantes roubam a cena com super fantasias na San Diego Comic Con


Os cosplayers são um dos símbolos máximos de uma Comic Con. Vestidos como seus heróis preferidos, os fãs de cinema, quadrinhos, séries de TV podem viver alguns momentos de fantasia sem qualquer tipo de julgamento sobre cor, peso, credo e afins. Para alguns, esse momento transcende a paixão por um filme ou livro. É o caso dos participantes do Magic Wheelchair, um projeto americano que concede "cadeiras de rodas mágicas" para crianças com alguma deficiência motora.

Para fazer a estreia do projeto na San Diego Comic Con, os organizadores da instituição construíram cadeiras mágicas baseadas em heróis da DC Comics. Entre elas, Supergirl, Flash, Aquaman, Batman e Ciborgue. Cada um deles com referências nerds interessantes, como a Fortaleza da Solidão do Superman e os canhões de plasma de Victor Stone.
Kennedy Montoya, de 14 anos, é o piloto da cadeira do Ciborgue, personagem que agora está na Liga da Justiça dos cinemas.

"Eu podia escolher entre vários personagens, mas decidi o Ciborgue porque meus amigos sempre me chamaram de Exterminador do Futuro. Acho que é parecido e combina comigo. Ficou incrível, olha só", diz o jovem, apontando para o boneco do Exterminador, vilão da DC, que está pendurado atrás da cadeira. "Esse é um projeto mágico realmente. É um dia muito especial para eles e para nós", conta emocionada Autumn Montoya, a mãe de Kennedy.

O design preciso e bem acabado das cadeiras não é por acaso. Entre os vários membros da diretoria do Magic Wheelchair está Matt Winston, filho de Stan Winston, gênio dos efeitos visuais e práticos do cinema. "Temos engenheiros e designers que nos ajudam a criar essas cadeiras e tornam a experiência ainda mais épica. Fazemos e projetamos muito tudo com todo cuidado possível", conta Ryan Weimer, um dos criadores do projeto.


O projeto

Apesar de ter estreado na Comic Con de San Diego em 2017, o projeto Magic Wheelchair tem mais de três anos. Os fundadores são Ryan e Lana Weimer, pais de cinco filhos, três deles com Atrofia Muscular Espinhal, doença que exige o uso permanente de cadeira de rodas. Ryan disse ao Omelete que decidiu iniciar o projeto no Halloween de 2014, quando começou a construir fantasias nas cadeiras de rodas de seus filhos. O primeiro projeto foi baseado em Bangela, personagem de Como Treinar o Seu Dragão.

"O nosso projeto é 100% sem fins lucrativos e é focado em fazer coisas épicas para eles e para as famílias deles. Queremos que eles possam cruzar e quebrar essa barreira que os impossibilita de fazer algumas coisas. Eles são incríveis, eles são os verdadeiros super-heróis da nossa vida. Da vida real", conta Ryan. "Com essas fantasias, com essas cadeiras, as pessoas começam a entender que essas crianças são pessoas normais. Elas são como qualquer outra criança. Eles se divertem, as famílias se divertem e se tornam os grandes astros por alguns dias. E é exatamente esse o nosso objetivo", diz.


O primeiro ano do Magic Wheelchair foi modesto, apenas oito cadeiras foram customizadas em Atlanta, nos EUA. O segundo ano o crescimento foi significativo. Vinte e cinco cadeiras. Atualmente, o projeto expandiu e ganhou proporção internacional. "Hoje temos mais de 40 equipes espalhadas pelo país inteiro. Temos pessoas trabalhando conosco na França, na Inglaterra. Tínhamos um time no Brasil, mas paramos o projeto por lá. Queremos continuar, no entanto", completou Ryan.

As cadeiras e todos os outros projetos atrelados ao Magic Wheelchair são concebidos por meio de doações. Para conhecer mais sobre a iniciativa basta ir ao site oficial, que também dá mais detalhes sobre a história da instituição e traz outros exemplos de "super cadeiras de rodas".

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