Equoterapia



"Os movimentos rítmicos e precisos do cavalo, a liberdade provocada pela sensação de cavalgar e o contato direto com o animal e com a natureza são capazes de fazer verdadeiros milagres no tratamento e recuperação de pessoas com problemas motores, mentais e até mesmo emocionais. Desde a Grécia antiga usa-se a equitação para a saúde, mas só na década de 30, na Alemanha, tornou-se uma alternativa de cura.

Em cada galopada são ativados vários músculos para favorecer uma reabilitação física e mental. A equoterapia é um método terapêutico, que utiliza o cavalo como instrumento de trabalho, auxiliando no desenvolvimento físico, psíquico e emocional de pessoas portadoras de deficiências. Cavalgar se constitui num prazeroso processo de aplicação dos melhores exercícios de coordenação que se conhece, além de proporcionar a sensação de independência, aumento da autoconfiança, do autocontrole e da auto-estima.

As atividades com os cavalos aumentam os períodos de atenção, possibilitando maior concentração e melhor disciplina. Nos distúrbios da fala e comunicação auxiliam na articulação de sons, fluência verbal e linguagem. A equoterapia facilita o aprendizado pela atenção, concentração, disciplina e responsabilidade, a despeito das limitações intelectuais, psicológicas e físicas dos mais diversos tipos de comprometimentos motores, como paralisia cerebral, problemas neurológicos, ortopédicos, posturais; comprometimentos mentais, como a Síndrome de Down; comprometimentos sociais, como: distúrbios de comportamento, autismo, esquizofrenia, psicoses; comprometimentos emocionais, deficiência visual, deficiência auditiva, problemas escolares, tais como: distúrbio de atenção, percepção, fala, linguagem, hiperatividade, e pessoas "saudáveis" que tenham problemas de posturas, insônia, estresse.

Ao andar, o cavalo faz com que o praticante execute, mesmo que involuntariamente, movimentos tridimensionais horizontais (direita, esquerda, frente e atrás) e verticais (para cima e para baixo). Após 30 minutos de exercícios, o praticante terá executado de 1,8 a 2,2 mil deslocamentos, os quais atuam diretamente sobre o seu sistema nervoso profundo, aquele que é responsável pelas noções de equilíbrio, distância e lateralidade. Ou seja, o simples andar do animal faz dele uma máquina terapêutica, capaz de garantir ao deficiente uma capacidade motora que não possuía e, assim, restituir-lhe pelo menos uma parte das funções atrofiadas pelo comportamento físico. O andar do cavalo se assemelha muito ao do ser humano, seu movimento com ritmo e balanço faz com que a musculatura e a coordenação do praticante se fortaleçam, e, associando a outras sensações provocadas pelo corpo do animal, melhora também a integração sensório-motora e a consciência de seu próprio corpo.

Características do tratamento

A equoterapia se divide em etapas de programas de atendimento, como: hipoterapia, equitação terapêutica e equitação pré-esportiva, sempre com técnicas adequadas e supervisionadas por uma equipe interdisciplinar, que pode ser formada por professores de equitação, pedagogos, psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas e médicos especializados. O cavalo é um fisioterapeuta para pessoas com deficiências físicas e um terapeuta para distúrbios mentais, mas este tratamento deve ser acompanhado por profissionais competentes, para evitar acidentes e procedimentos errados que, ao invés de ajudar, podem atrapalhar. O contato com o cavalo em seu habitat, ao ar livre, e o acompanhamento de seu modo de vida produzem excelentes resultados em crianças. Nas sessões de equoterapia há um momento reservado para o praticante se acostumar com o animal. Uma experiência inesquecível é o praticante dar um banho no cavalo, pentear sua crina e alimentá-lo. Este contato direto, no seu dia a dia, acaba trazendo a percepção aos praticantes de como as coisas funcionam. Pode-se perceber que a equoterapia é um dos raros métodos, ou melhor, talvez o único, que permite que o praticante vivencie muitos acontecimentos ao mesmo tempo, e no qual as ações, reações e informações são bastante numerosas. Sendo assim, um dos aspectos mais importantes nesse tipo de tratamento é que se conscientiza crianças e jovens de suas capacidades e não de suas incapacidades, trabalhando o deficiente como um todo, tanto pelo lado psíquico como pelo somático.

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