Conheça a mãe de Amanda, chamada Solange Maria...

 
   É difícil atravessar esta vida sem alguns desabores.....esse é o custo de viver*. 
   Analisando a passagem do tempo, fico relembrando quando minha filha, Amanda, tão linda, foi diagnosticada com leucemia aos cinco anos. 
   Isso aconteceu em fevereiro de 2000 e ouvir a notícia causou um grande choque. Eu não entendia o porquê de uma enfermidade tão grande em uma criança que nada fez de mal para ninguém. *O importante não é o que acontece, mas como vc reage, você cresce...qdo não perde a esperança, nem diminui a vontade e nem perde a fé*. 
   Meu marido e eu choramos, nos lamentamos por tudo aquilo, fiz promessas, novenas, mas tenho a certeza de que DEUS curou a minha filha nessa época, não por merecimento nosso, mas por misericórdia, era uma chance para a gente virar pessoas ainda melhores. 
   Em fevereiro de 2002, perdi meu marido num terrível acidente. Outro desvio de uma vida que não estava nos planos que tínhamos feito, o de "envelhecermos juntos", ver nossos filhos crescerem, nossos netos, etc. Amanda já com sete anos, retornando para a escola com mais saúde, uma alegria no meio dessa turbulência que tive que viver. 
   Um ano e cinco meses se passaram e quando tudo voltava ao "normal" minha filha teve uma recaída, e a leucemia, de estado grave passou a gravíssimo por causa do diagnóstico tardio. Ela contraiu infecção hospitalar, que afetou os pulmões, e foi transferida para a UTI de outro hospital, mas infelizmente tudo se complicou. Por erro médico (aguardando reparação e comprovação na Justiça), ela sofreu uma parada cardiorrespiratória de 30 minutos, lesando seu cérebro por completo.    
   Eu questionava o porquê de DEUS permitir novamente tudo isso em minha vida, na vida de minha filha, que já tinha feito a lista de Natal com a relação de brinquedos que ela desejava ganhar, que fazia planos para sua festa de aniversário de nove anos....
   Sua infância foi tolhida, mas estamos crescendo na fé, olhar para trás com saudades, não com amargura no coração, buscando o perdão para aqueles que involuntáriamente e/ou descaso não cumpriram com o seu papel que DEUS designou para cada um. 
   Quando foi diagnosticada realmente a tetraplegia eu me recordava daquele filme - Uma Janela para o Céu-, baseado em fatos reais, em que a personagem fica tetraplégica. Sua mãe teria que realizar tudo por ela, até mesmo algo simples como pentear os cabelos. Ali estava eu fazendo tudo igualzinho àquele filme. Deixamos para trás os deveres escolares, as brincadeiras de apostar corrida, as conversas na hora das refeições..., mas não deixamos para trás a certeza que crescemos quando superamos e valorizamos os caminhos que estão por vir. 
   Acreditar que existe milagres, e que este DEUS maravilhoso nos sonda diariamente e deixar que Ele nos use e dizer eis aqui a minha vida Senhor - usa-me, Tranforma-me Senhor. *Fazemos disso um degrau de fé para subir mais na vida.
   Sei agora que minha filha Amanda, hoje com 18 anos, veio para mudar a minha vida e a vida de todos que passariam por nós. Aprender com essa imensa dor, com as grandes perdas, que o valor da saúde é muito mais importante, aprendi também que devo agradecer mais do que pedir.
    Hoje Amanda é minha força diária, não é fácil vê-la assim, mas sei que tudo isso passará, não olhar para trás, não desistir é a meta, viver o presente com sabedoria e louvar por tudo isto em nossas vidas, as promessas de DEUS serão cumpridas e o futuro pertence à ELE, e um dia ela estará escrevendo seu próprio testemunho dizendo "EU SOU AMANDA, DIGNA DE SER AMADA."

Fonte: Revista UMA 2007 - Gisela Rao

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