Conheça Léia...

 Me chamo Léia Sales, sou carioca e vou contar minha história para vocês. Tive Polio com três anos, quando minha mãe soube da minha deficiência acabou me dando para um hospital; já que não tinha condições de me criar.

 Minha casa passou a ser o hospital, lá eu era bem cuidada, era alimentada, estudava, fazia alguns tratamentos de reabilitação onde aprendi a caminhar com próteses e muletas. Fui criada pelas freiras até completar 13 anos.

 Depois disso o hospital foi privatizado, então fui morar com uma família que eu não conhecia bem; mesmo assim fiquei morando com eles por quatro anos.

 Aos 17 anos sai de casa, quando fazia mais ou menos um ano que eu estava morando "sozinha", acabei contraindo uma forte tuberculose que me deixou totalmente debilitada e fraca. Foi quando conheci uma pastora que fazia um serviço voluntário e que virou meu anjo.

 Me vendo naquela situação, ela me levou até o hospital para ser tratada. Depois de curada, a pastora acabou me adotando. Fui morar com ela e com seus outros filhos adotivos, onde fui muito bem recebida por todos, o que deixou muito feliz!

 Anos depois, acabei descobrindo que estava grávida. Em todo momento tive o apoio de minha família adotiva, todos ficaram do meu lado curtindo juntos comigo a minha gravidez que foi muito tranquila e linda.

 Engordei 15 quilos. Com isso os médicos me recomendaram que começasse a usar a cadeira de rodas; para não fazer o esforço que fazia, usando muletas e as próteses.

A gestação evolui normalmente, apenas nos últimos meses que foi mais difícil, pois a barriga ficou enorme e eu não conseguia ficar muito tempo sentada.

Com nove meses de gestação, fiz uma cesariana e pude finalmente ver o rostinho lindo e cheio de saúde da minha princesinha Ester!

 Durante e depois da gravidez sofri muito preconceito. Muitas pessoas e até profissionais da saúde, me questionavam como eu iria criar a criança. Mas nunca dei ouvidos para o que eles diziam e criei minha menina com todo o carinho e amor que pude dar.
Hoje Ester tem nove anos, ela é linda e só me dá orgulho!

Logo depois de ter o bebê, eu reatei o contato com minha família biologia e reencontrei minha mãe e meus irmãos novamente.


Depois de algum tempo, conheci o esporte adaptado e comecei a praticar o handebol em cadeira de rodas. Já participei de várias competições e sou campeã Sulamericano em HCR (HandBol em Cadeira de Rodas).

Comecei a me envolver na causa e a participar de vários eventos inclusivos. Já fui à feiras de reabilitação e participei de vários desfiles inclusivos também.
Sou modelo do estilista Cristiano Correia, no projeto Vestindo Inclusão.

Em um desses eventos, conheci Paulo Sergio e acabamos namorando. Depois de quase dois anos de namoro, no dia 14 de Setembro, eu e Sergio nos casamos.

O casamento foi lindo e totalmente organizada por mim! Muitos amigos e curiosos foram prestigiar este momento, afinal não é todo dia que uma cadeirante casa.

Hoje depois de ter passado alguns dias em Lua de Mel, estou aqui escrevendo para vocês, em minha casa nova (totalmente adaptada),  onde moro com o meu marido e minha filha.

Espero que todos tenham gostado de meu relato e que todos percebam que mesmo passando por todas estas "provas na vida", nada é impossível, mesmo sendo cadeirante ou tendo outras deficiências. Independente de nossa situação, podemos fazer muita coisa. A única coisa que faz diferença é a vontade e a persistência para conquistar algo que se deseja!
















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