Entrevistas
Conheça Cristiani Ribeiro...
Até meus 29 anos eu tinha um vida comum, fazia as atividades normais, trabalhava, cuidava da casa e da minha filha Tamires, que na época tinha 8 anos; Também dançava, que era uma das coisas que mais gostava de fazer e hoje é o que sinto mais falta.
Engravidei do meu segundo filho Gustavo e quando ele tinha 5 meses, parei de conseguir erguer ele do chão e caia do nada, comecei a perder as força. Eu achava que era uma anemia.
O médico sabendo que não eram características de anemia, me encheu de exames para fazer. Nisso, fui diagnosticada com Polimiolite e que eu viveria apenas por mais 4 anos. Me desesperei e apenas pensava no meu filho que ainda era um bebê e queria vê-lo crescer.
Comecei a fazer o tratamento pra essa doença que nem era a minha, sofri demais. Perdi todo o cabelo e tenho até hoje uma sequela devido ao tratamento, a cartilagem do meu quadril secou e não tem mais jeito e isso acelerou o minha ida para a cadeira de rodas.
Desanimada e totalmente sem apoio nenhum, me separei e fui embora morar com minha família. Chegando lá, minha prima não se conformava com aquele resultado, me levou no hospital da PUC onde consultei com o médico e ele logo percebeu que eu não tinha Polimiolite. Foi aí então que descobri o que de fato, eu tinha distrofia muscular de cintura.
Mais aliviada em saber que teria mais tempo para ver meus filhos crescerem, não deixei em nenhum momento de fazer o tratamento e as fisioterapias.
Para ir no hospital eu sempre usava o transporte da prefeitura e sempre era o mesmo motorista que me levava, criamos uma amizade bem bacana e quando percebi, ele -Bruno- me pediu em namoro.
Jamais imaginaria que isso poderia acontecer, ainda mais depois de eu me tornar cadeirante. Não entendia e nem acreditava, até pq ele podia ter qualquer outra mulher, mas ele quis a mim.
Feliz pelo pedido, e também por estar gostando de Bruno, acabei aceitando!
Hoje, já completamos dois anos de casados. Agradeço a Deus por ter colocado ele em minha vida, além de ser o meu companheiro ele também é meu anjo. Bruno entende completamente as minhas necessidades, eu nem preciso pedir ajuda, ele mesmo já sabe. Ele me ajuda a me vestir, pentear , lava meu cabelo no banho... Parece que me conhece um vida toda.
Estou com 43 anos, só agora sei o que é ser amada de verdade. Além do amor de Bruno, também sinto que meus filhos me amam e mesmo que não pude fazer tudo que a maioria das mães fazem, eles são gratos por tudo que fiz por eles.
Felizmente consegui ver meus filhos crescerem, hoje minha filha tem 22 anos e meu filho vai fazer 14 anos.
Outra coisa que tem dado muito sentido a minha vida, foi a criação da Associação Acessibilidade de Imbé -RS que meu marido teve a iniciativa de criar. Ainda estamos no inicio, mas sei que com muita luta, chegaremos "lá".
Refletindo sobre minha vida, acredito que uma coisa bem importante que fiz, foi que sempre lutei muito pela minha doença, nunca deixei de fazer fisio, faço tudo que me falam que é bom. Cuido de mim!
Sou muito feliz e agradeço sempre muito a Deus. Hoje compreendo que realmente tudo tem um motivo e sua hora certa pra acontecer. Eu tinha que passar por tudo que passei pra pode estar hoje aqui contando minha historia pra vocês!
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