"Ele veio para passar o feriado e o resultado foi que nunca mais voltou (...)" (Conheçam a história de Telma e Gil)

A historia de amor de Telma e Gil começou antes da era dos sites de relacionamento, quando as pessoas se encontravam para bater papo nos chats ou pelo ICQ. Assim eles nos conta:

"Eu comecei a frequentar o chat do site “Entre Amigos”. Fiz amizade com as pessoas que o frequentavam – a maioria de São Paulo – e nos encontrávamos praticamente todas as noites. Com algumas pessoas criei laços fortes e também trocávamos e-mails e nos falávamos no ICQ. Foi lá que conheci o Gil.

Num primeiro momento tive dele a impressão de um cara arrogante, muito cheio de si, metido a saber tudo, etc…

Um dia um amigo (o Leozinho) me avisou que eu estava enviando vírus por e-mail... Fiquei maluca! Aí apareceu o Gil para me dar a mesma notícia e junto com o Léo ficou me dando instruções para eliminar o vírus. Passamos uma tarde inteira! Depois disso começamos a nos falar mais no chat e no ICQ. Eu usava meu apelido, Teca, por isso ele até hoje me chama assim.

Em dezembro o site estava completando um ano de existência e resolveram fazer um jantar comemorativo. Como a data coincidia com o recesso no meu trabalho, eu fui a São Paulo (eu morava em Belo Horizonte/MG) e adorei conhecer pessoalmente os amigos com quem falava diariamente. E encantei-me pelo Gil. Ele chegou com uma braçada de rosas, distribuindo para todas as mulheres do grupo. Eu o achei bonitinho e com um arzinho meio de menino desamparado, mas um homem muito decidido.

Voltamos à nossa paquera virtual, falamos algumas vezes por telefone. Um dia ele me mandou uma foto de um voo que ele fizera de Trike (asa delta com motor). Fiquei admirada e expressei meu desejo de experimentar. Ele disse que poderia me levar, que era perto de onde moravam os pais dele, no interior de São Paulo. Estava perto de minhas férias e eu decidi ir. Fazia perto de dois meses que eu estivera em São Paulo para o jantar e lá ia eu de novo! Estava emocionada e muito ansiosa, pelo voo e por encontrar o Gil, sozinha desta vez.

Não contamos a ninguém nossos planos. E o passeio foi um sucesso. Adorei o voo, eu e Gil nos demos muito bem, a família dele gostou de mim e me aceitou facilmente. Foi um começo de namoro emocionante e sem muito sofrimento. Parecia que nos encaixávamos direitinho um na vida do outro.

Exceto pela distância.

Começamos a ficar agoniados com isso. Fui mais uma vez a São Paulo, um mês depois e, na volta, estávamos ainda mais angustiados.

Então ele resolveu vir a Belo Horizonte, conhecer também um pouco da minha vida e a minha família. Isto foi numa Semana Santa, há dezesseis anos atrás. Ele veio para passar o feriado e o resultado foi que nunca mais voltou para São Paulo, a não ser para passear…