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Direitos Sexuais e Reprodutivos das Mulheres Com Deficiência!
Foto: Carol Lopes |
Você já ouviu falar sobre os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres? Não!?
Então olha essa listinha aqui em baixo:
Parece óbvio que toda mulher possui estes direitos e pode escolher livremente se quer ser mãe ou não, se quer usar métodos contraceptivos ou não, se quer ter relações sexuais ou não... São escolhas tão simples, mas que acabam não sendo tão simples assim para as mulheres com deficiência.
Digo isso porquê sou uma mulher com deficiência e também vivo nessa sociedade totalmente capacitista e preconceituosa onde a maioria nos enxerga de forma infantilizada, acreditam que não somos experientes o bastante para sabermos fazer nossas próprias escolhas e acham que sabem o que é melhor para nós.
Existem muitas pessoas que pensam desta forma e sem perceber, acabam "se metendo" na vida das mulheres com deficiência, julgando suas decisões, escolhendo por elas e até mesmo criando opiniões baseadas em nada, sem ao menos conhecer a realidade de cada mulher.
Essas "opiniões" prejudicam muita a vida destas mulheres, e basta ser uma mulher com deficiência para escutar frases do tipo: "mulheres cadeirantes não devem ter filhos, como que elas vão cuidar de uma criança?"... "Mulher cadeirante é mais difícil casar, porque ela não consegue nem fazer o serviço da casa...".
Porém, além destes comentários, também somos vítimas da falta de informação e preconceitos vindos de grande parte dos profissionais da saúde, principalmente aos ginecologistas que servem para esclarecer dúvidas sobre assuntos relacionados a sexualidade e reprodutividade e acabam não estudando as diferentes patologias e passam informações totalmente erradas, ou ainda nem se preocupam em ter seus consultórios médicos acessíveis para atender as mulheres com deficiência.
Já cansei de ouvir relatos de mulheres com deficiência que deixaram de fazer os exames por terem sido constrangidas e humilhadas pela falta de preparo nestes locais -eu também já passei por isso-.
É claro que não devemos generalizar, mas infelizmente grande parte destes profissionais interferem nas tomadas de decisões que podem mudar completamente nossas vidas. Como no caso que ouvi de uma amiga... ela é muletante e quando era jovem sua médica ginecologista sempre a informava que ela não teria capacidade de aguentar uma gestação, e depois de um tempo ela teve uma gravidez não planejada e preferiu não abortar sua filha pois já estava de 4 meses. Mas que se tivesse descoberto meses antes, por orientação da sua médica, ela teria interrompido a gravidez. Hoje ela está feliz por não ter dado "ouvidos" a sua médica, pois sua filha já completa 7 anos e sua gestação ocorreu perfeitamente bem.
Eu mesma cresci escutando todas essas coisas e sem perceber, já estava concordando com estas ideias e pensando da mesma forma. Porém, depois de estudar sobre o assunto e conversar com outras mulheres com deficiência, fui percebendo que isso acontece com todas e que estes pensamentos não eram meus, mas sim, eram as opiniões dos outros que estavam sendo impostas à mim!
É claro que nem toda mulher realmente pode engravidar, ou que por motivos de saúde não deve utilizar certos anticoncepcionais... Mas existem muitas mulheres com deficiência que são mães, outras simplesmente não querem ter filhos, escolhem livremente seus parceiros (as), fazem uso de anticoncepcionais, fazem suas próprias escolhas sem deixar que a opinião e preconceito dos outros interfira.
Por isso, precisamos sim falar abertamente sobre a sexualidade, mas também devemos falar sobre o nosso direito de escolher e poder usufruir de nossa sexualidade e reprodutividade com liberdade e dignidade. Também não devemos deixar de fazer consultas médicas só pelo fato dos médicos não serem capacitados a nos atender, precisamos reivindicar nosso direitos e mostrar que existimos!
Não deixe de acessar e conhecer a cartilha informativa do grupo de mulheres com deficiência - Inclusivass
Acesse AQUI o conteúdo da Cartilha em PDF
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