Remédio da Maconha - Conheça mais sobre o uso medicinal da substância química encontrada na Cannabis



Recentemente a Anvisa, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, informou a retirada do Canabidiol da lista de substâncias proibidas no Brasil. Assim, a substância passa a ser controlada e pode ser utilizada (ainda que com consentimento do órgão) em medicamentos para problemas neurológicos.


O Canabidiol (CBD) é uma substância química que corresponde a 40% dos extratos da planta Cannabis sativa (nome científico da maconha). No Brasil, assim como em boa parte do mundo, seu uso medicinal era proibido pois a substância é associada a seu efeito psicoativo mas, apesar da imagem negativa, o uso medicinal da erva é extremamente antigo e, em países onde seu uso já era legalizados, não são poucos os tratamentos possíveis com a substância.

Como o Canabidiol pode ser usado no tratamento de doenças?

Cerca de 38 estudos controlados foram realizados para definir a eficácia do uso da substância em tratamentos médicos. Segundo Gregory Carter, Diretor médico do Instituto de Reabilitação de Saint Luke, nos Estados Unidos, ela é extremamente indicada para qualquer doença que cause inflamações, espasmos, distúrbios do sonos e disfunções intestinais pois ajuda no alívio de dor e traumas cirúrgicos.



Confira abaixo algumas doenças em que o canabidiol pode auxiliar no tratamento:

Câncer – são duas as substâncias encontradas na maconha que podem contribuir no tratamento do câncer e, principalmente, combater os efeitos adversos das sessões de quimioterapia: o canabidiol (CBD) e o tetrahidrocanabidiol (THC). Apenas o CBD encontra-se legalizado no país mas é ele o maior responsável pelo combate ao mal estar provocado pelo tratamento intensivo e, diferente do THC, não carrega tantos malefícios.

A quimioterapia é um tratamento invasivo e acaba por provocar muitas dores, enjoos, náuseas e mal-estar generalizado em seus pacientes, remédios com base em canabidiol já são muito utilizados em países como Estados Unidos e Canadá no combate a esses efeitos adversos, permitindo que os pacientes na luta contra o câncer possam viver de maneira mais confortável durante o período de tratamento.

Esclerose múltipla – a esclerose múltipla é uma doença crônica inflamatória que compromete o funcionamento do sistema nervoso, ela costuma acometer pessoas jovens e seus surtos surgem na forma de fortes espasmos musculares, dor e mal funcionamento da bexiga e intestinos.

Acredita-se que remédios com base em canabidiol auxiliem no alívio da dor e na diminuição dos espasmos, como já visto com a jovem Anne Fischer, de 5 anos. No caso de Anne, o medicamento serviu para controlar as convulsões frequentes que sofria devido a epilepsia.

Ansiedade e fobia social – um estudo realizado pela USP de Ribeirão Preto (SP) revelou que uma dose de 600 miligramas da substância provoca uma sensação de “segurança” em pacientes com fobia e crises de ansiedade. Isso acontece porque a substância consegue atuar no organismo de forma que amortece os sinais de estresse no cérebro.


O Canabidiol pode causar dependência?

Uma das grandes preocupações quando se debate o uso do canabidiol em medicamentos é acreditar a substância possa causar dependência, assim como acontece com a droga originada da mesma planta, a maconha.

Como a substância era proibida até mesmo para pesquisas brasileiras, podemos nos basear nos dados de pesquisas anteriores realizadas nos países que já legalizaram o uso da maconha para fins medicinais. Esses estudos indicam que, das duas substâncias que citamos anteriormente, somente o THC apresenta os malefícios da droga, podendo causar distúrbios e dependência.

Nos casos em que o THC é extremamente necessário, é feita também uma dosagem em spray do canabidiol, que inibe os efeitos negativos da droga.

Como usar o canabidiol?

Por ser um medicamento legalizado muito recentemente no Brasil, ainda não há consenso sobre o seu uso. Pesquisas apontam que o ideal é fumar um cigarro feito com a mistura de componentes da maconha dosados em laboratório (evitando o THC, por exemplo) ou isolá-los diretamente na forma de comprimidos.

Existem também estudos que defendem o uso da fumaça para que seja inalada com um vaporizador. É recomendado também o uso da substância em óleo (principalmente para crianças e adolescentes).

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