Menos de 10% das vias da capital tem rampas!



Apesar de 13,2 milhões de brasileiros terem alguma deficiência motora, só 4,7% dos domicílios do país contam em seu entorno com rampas de acesso para cadeirantes. Belo Horizonte é a quinta cidade com mais ruas adaptadas para os usuários de cadeiras de rodas, com rampas em 9,6% de suas vias. A primeira colocada, Porto Alegre (RS), possui o equipamento em 23,3% de suas ruas. Os dados constam no Censo 2010, divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).


Para o presidente da Associação Deficiente Eficiente (Adefe), em Belo Horizonte, Wilson Bueno, a informação não representa a realidade vivida pelos deficientes da capital. "Com certeza, a pesquisa não foi feita com a opinião dos cadeirantes. Hoje, o acesso para os deficiente é muito ruim. A concentração de rampas fica restrita à área central de Belo Horizonte", diz.


A opinião é compartilhada pela auxiliar de cobranças Luana Soares, 26. Usuária de muletas desde a infância, ela precisa vencer as barreiras físicas para chegar ao seu destino. Por causa de um machucado no pé, em alguns momentos, ela ainda necessita da cadeira de rodas para se locomover. "Eu acho muito difícil andar pela cidade. Muitas pessoas não querem ajudar, e ainda faltam rampas em muitos lugares. Na questão acessibilidade, eu daria nota cinco", afirma.


Estrutura
Ao lado de Goiânia, Belo Horizonte tem a melhor estrutura urbana do país, conforme apontou o IBGE. Dentre os 15 municípios com mais de um milhão de habitantes, a capital mineira alcançou os melhores percentuais em pavimentação (98,2%) e calçada (94%). Mas para o estudante e usuário de cadeira de rodas Juliano Costa, 30, a acessibilidade da grande cidade ainda esbarra em pequenos detalhes. "As calçadas portuguesas, com pedrinhas, são uma armadilha", conclui

Tecnologia do Blogger.