Contos Eróticos
Entre flashs e beijos...
Era sábado, e ao contrário de todos, eu não tinha nenhum programa marcado. Liguei para minhas amigas mas todas já tinham compromisso, então o único jeito era ir ao cinema sozinha.
Nem quis me arrumar tanto, optei por colocar uma roupa confortável e bonitinha, sem esquecer dos óculos, pois o filme que eu pretendia assistir era legendado.
Entrei na bilheteria e tinha uma meia dúzia de pessoas, nem tinha fila pra pipoca. Na sala do cinema não estava diferente, haviam pouquíssimas pessoas e eu era a única no corredor dos espaços reservados para cadeirantes.
O filme começou e depois de alguns minutos saboreando minha pipoca, nem lembrava que haviam algumas pessoas em volta, me senti completamente sozinha... Se isso é ruim? Eu não acho! Por mais estranho que pareça, eu gostava de ficar sozinha ás vezes.
O filme acabou tarde, os corredores estavam mais vazios ainda. Por mais que o filme que assisti não tivesse sido de terror, fui me tocando pelo estacionamento meio "assustada"... Mas quando um flash surgiu do nada, aí sim me assustei pra valer!
-Meu Deus! Quem está aí?
(Escutei passos)
-Calma, moça! Sou eu, aqui...
Um rapaz surgiu entre os carros.
-Desculpa por ter te assustado, eu estava tentando tirar uma fotografia da lua enquanto esperava meu irmão chegar... Nossa! Eu não tinha visto que você é paralitica.... Me desculpa mesmo!
A adrenalina do susto logo foi embora depois que ele pediu desculpas ao perceber que eu era "paralitica", e no lugar surgiu um pouco raiva, pois eu não suporto esse lance de peninha por eu ser cadeirante...
-Ah, tudo bem! Mas eu não sou paralitica.
-Hum... De qualquer forma, me desculpe.
Nem olhei muito pra ele, só notei que ele segurava uma câmera fotográfica. Sem nem me despedir, continuei o meu percurso até meu carro.
Depois de alguns metros longe, ouço alguém correndo atrás de mim.
-Hey, espere!
-Oi? O que foi?
-É que eu estava pensando... Eu sou fotógrafo... Você já fez algum ensaio fotográfico?
-Eu? ... Não, não...
-O que vc acha de eu te fotografar? Eu sou fotógrafo e já vi algumas fotos de cadeirantes na internet, ficam lindas.
-É... Eu também já vi, mas não sou do estilo "miss superação". Eu não levo jeito.
-Todo mundo "leva jeito", isso é o fotógrafo que deve resolver... Vamos fazer o seguinte, você me passa seu whatsapp é a gente conversa...
Não sei o motivo, mas mesmo não indo muito com a cara dele, acabei passando meu número.
Todo mundo que me via sempre dizia "como você tem um rosto bonito" esquecendo que meu corpo também faz parte de mim, e com certeza ele também pensava assim é queria usar de mim para promover seu trabalho...
Mas, e eu não tive como evitar... quando cheguei em casa já tinha mensagem dele.
Sua foto de perfil não estava bem nítida, não parecia o seu rosto, era apenas a sombra dele e ao fundo, o mar.
Começamos a conversar e isso virou rotina, todos os dias ele me chamava e nossas conversas acabavam sendo muito prazerosas.
Com o passar do tempo percebi que ele nem falava da minha deficiência, ao contrário dos outros caras que me encheram de perguntas íntimas só para matar a curiosidade. E isso foi bom, pois me fez perceber que ele era diferente.
Falávamos sobre estudos, séries, músicas... E teve vezes que até falamos sobre sexo (ok, foi eu que tocava no assunto, mas ficava claro que ele gostava de falar sobre isso também).
Teve uma noite que eu pedi pra ele colocar uma foto que aparecesse seu rosto, ele disse que gostava daquela e preferiu me passar uma foto tirada na hora. A imagem que ele me enviou era dele deitado na cama, sem camisa exibindo parte do peito e a barriga coberta pelo lençol, com um sorriso meio tímido e ao mesmo tempo provocativo.
-Gostou?
-Adorei
-Eu não...
-Por que? Se acha feio?
-Não... Eu iria gostar se você estivesse aqui.
-Ah... Bobinho
-Agora você manda uma foto sua!
-Você só terá fotos minhas se você mesmo fotografar..
-Ok! Quando podemos?
Eu já me sentia mais a vontade com ele, tínhamos criado uma afinidade e isso foi o suficiente para a gente marcar o dia de fazer as fotos.
Eu e uma amiga fomos até o sítio que ele conseguiu emprestado de um tio para ser o cenário do ensaio. Passamos a tarde fotografando, mas antes de terminar, a minha amiga recebeu uma ligação urgente do hospital onde ela trabalha para ir até lá resolver um problema.
Eu comecei a arrumar minhas coisas pra ir embora também, mas ele disse que me levaria depois, então acabei ficando.
-Acho que acabamos. A noite já está caindo e a qualidade não fica a mesma... Você quer fazer mais alguma foto?
-Não, está ótimo...Eu vou ao banheiro e depois podemos ir.
-Eu pensei em passar a noite aqui... Edito as fotos e você vê quais vai querer. Amanhã cedo vamos pra casa, o que acha?
Percebi que poderia rolar algo mais com aquele convite, então acabei ficando.
Depois do jantar, fui pra cozinha lavar louça.
-Estou exausto! Vou dar um tempo na edição... Precisa de ajuda aqui na cozinha?
-Não, obrigada! Já estou acabando.
Ele se escorou na geladeira de braços cruzados e ficou olhando pra mim. Depois que terminei tudo, sequei minhas mãos me virei para ele.
-Como ficaram as fotos?
-Lindas
-Ah, isso é difícil, mas tudo bem...
-Por que você diz isso?
-Hum... Sei lá... Eu não gosto de me ver nas fotografias. Mas quis tentar e aceitei seu convite, você parecia tão empolgado com o ensaio que eu não tive como recusar.
-Na verdade... (Ele deu alguns passou e ficou em minha frente. Afastou um fio de cabelo que estava caído em meu rosto e continuou falando)... Eu estava empolgado para te ver.
Baixei a cabeça e sorri.
-É, eu sei.
-Sabe?
-Sei... E eu também estava empolgada pra isso.
-E por que nunca disse?
-Estou dizendo agora...
Ele me olhou fechando um pouco os olhos e deu um pequeno sorriso. Começou a dar alguns passos até chegar atrás de mim, senti ele afastando meus cabelos para o lado e com isso, se baixou e falou ao meu ouvido:
-Um dia quero te fotografar nua! Você deixa?
-Hum... Um dia. Quem sabe!?
-Prometo que vou te deixar satisfeita com o resultado.
Virei o rosto e nossos lábios quase se tocaram. Eu sussurrei:
-Me deixa satisfeita hoje também.
Ainda atrás de mim, ele sorriu e começou lentamente a esfregar seus lábios no meus, quando eu pensava que ele finalmente me beijaria, ele desvia sua boca e continuava a provocação.
Eu soltei um gemido baixo, como se tivesse reclamando daquele joguinho, foi aí que ele segurou meus cabelos e começou a me beijar freneticamente.
O beijo dele foi maravilhoso, era firme e ao mesmo tempo macio, nossas bocas se encaixaram perfeitamente e eu não queria parar com aquilo, eu só queria mais...
Quando ele me convidou para ir pro quarto, eu não pensei duas vezes, queria ir para cama e ficar numa posição mais confortável para continuar.
Ele me pegou no colo e antes mesmo de me largar na cama, voltou a me beijar. Deitou ao meu lado e consegui abraçá-lo e trazer o corpo dele mais perto do meu. Com isso, foi possível colocar minha mão em baixo da camiseta dele, que depois de segundos já estava no chão... Junto com a minha.
O toque dele era maravilhoso, passava as mãos nas minhas costas, enquanto continuava beijando minha boca e meu pescoço.
Até que ele pegou minha mão e colocou dentro da calça dele. Ele ficou me encarando pra ver minha reação e eu continuei encarando de volta, pois eu queria ver como ele reagiria com meu carinho em sua parte íntima.
Ele estava quente e começando a ficar enrijecido. Cada vez que fazia carinho nele, ele empurrava seu quadril conforme o meu rítmo, mas fui acelerando e continuei o encarando para ver se ele estava gostando.
-Tá gostoso?
Ele apenas balançou a cabeça dizendo que sim.
Depois de alguns segundos, ele passou a fazer carinho em mim também. Tirou minhas calças e continuou deitado ao meu lado.
Por eu não ter força para manter a perna aberta, ele abriu a perna dele e colocou a minha em cima dele. Assim o caminho ficou livre para os dois.
Enquanto eu o acariciava, ele penetrava seus dedos em mim e beijava meus seios. Eu podia ficar horas fazendo aquilo, mas em certo momento aquilo não foi suficiente.
Puxei ele para perto de mim e ele entendeu o que eu queria. Antes de realizar meu desejo, ele colocou a camisinha e finalmente me preencheu.
É difícil explicar qual sensação eu tenho mesmo não tendo sensibilidade. Mas naquela noite isso não foi um problema, transamos várias vezes até nossos corpos não aguentarem mais.
No dia seguinte acordei sem reconhecer onde eu estava, escutei até um galo cantar, e quando olhei para a mesinha reconheci a câmera fotográfica. Sorri e lentamente virei para o lado, e ali estava ele, dormindo totalmente exausto.
Fui pra minha cadeira e vi que tinha uma porta ao pé da cama. Por eu amar a luz do sol, acabei abrindo a porta tentando não fazer barulho.
A vista era linda e ali fiquei por alguns minutos. Respirei fundo e me espreguicei, e foi exatamente nessa hora que ele me fotografou sem eu esperar.
-Você é bom em dar sustos... Por que tirou essa foto?
-Para guardar de lembrança...
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