Motoristas de ônibus ignoram usuários

    Ônibus oferecem acessibilidade mas falta educação para os motoristas

   A lei que todo cidadão brasileiro tem o direito de ir e vir. Para as pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida é exigido que o transporte coletivo de passageiros ofereça condições de segurança, conforto, acessibilidade e mobilidade aos seus usuários  No entanto, essa é uma prática que está um pouco distante de ocorrer de forma plena.
   Oferecer ônibus com piso rebaixado, aumento da largura das portas, eliminação de obstáculos, elevadores, assentos para pessoas com deficiência, idoso e obesos, áreas para cadeirantes e passageiros com cão-guia são características exigidas por lei, no entanto, é imprescindível que os motoristas e cobradores recebam capacitação técnica para operar os aparelhos e treinamento educacional para lidar com as pessoas com deficiência.
   Segundo estudo feito pelo Mobilize Brasil em 2011, Curitiba (PR) é a cidade com maior percentual de ônibus acessíveis do País. O levantamento foi realizado a partir de informações coletadas junto a órgãos governamentais, institutos de pesquisas, universidades e entidades independentes.
   O Rio de Janeiro (RJ) ficou com a segunda colocação, e recebeu nota 7,9 numa escala de zero a dez. Brasília (DF), terceira colocada no ranking, ficou com a nota 5,1, enquanto Belo Horizonte (MG), Salvador (BA), Porto Alegre (RS) e Natal (RN) ficaram com notas entre 3 e 4. As piores notas foram obtidas pelas cidades de São Paulo (SP) e Cuiabá (MT).

Curitiba
   A cidade de Curitiba (PR) possui uma Rede Integrada de Transporte que atende a capital e 13 municípios vizinhos. A frota total é de 2.280 ônibus. Destes, 97% são acessíveis. Desde 2005, só entram na frota ônibus que atendam às normas brasileiras de acessibilidade. Os ônibus têm elevadores, portas com vão livre de 1100 mm, pisos antiderrapantes, e com desníveis destacados na cor amarela para evitar acidentes; área reservada para pessoas cadeirantes ou acompanhadas de cão-guia, plaquetas em linguagem braile com o prefixo do ônibus, alerta por voz e também visual de fechamento das portas e balaústres em relevo tátil próximos à área reservada aos bancos preferenciais. E ainda, 20% dos bancos dos ônibus são destinados a pessoas obesas, gestantes, pessoas com crianças de colo, idosos e pessoas com deficiência.
   Segundo o diretor de Transporte da Urbs, Antonio Carlos Araujo, em 2011, foi adotado um novo padrão de ônibus biarticulado que possui um botão alerta, localizado na área reservada a cadeirantes. Quando esse botão é acionado, o motorista é avisado, no painel do veículo, que uma pessoa com deficiência irá desembarcar.
   "Por ano, são 80 horas de reciclagem que inclui desde direção defensiva, legislação de trânsito  transporte e meio ambiente, até a operação dos equipamentos e o tratamento de educação e urbanidade que deve ser dispensado aos usuários", informa Araujo.
   O estudante de jornalismo Cleber Pereira Carvalho, 33 anos, mora em Londrina (PR) e tem sequelas devido a paralisia cerebral. Ele é usuário de andador e triciclo. "A frota de ônibus de Londrina oferece elevador, mas ele é muito demorado para realizar todo o processo de embarque e desembarque. Sugiro a inclusão de ônibus de piso baixo que melhoraria consideravelmente a autonomia dos cadeirantes", diz Carvalho.

Outras cidades
   De acordo com a assessora de comunicação da Secretaria Municipal de Transporte (SMTR) do Rio de Janeiro (RJ), os novos veículos que circulam pela cidade possuem todos os itens de acessibilidade. Atualmente, a frota de ônibus é de 8,8 mil, sendo 60% acessível. Até 2014, todos os veículos estarão adaptados com elevadores e/ou piso baixo. A secretaria oferece capacitação para motoristas e cobradores de forma que saibam manipular o elevador, mas a SMTR percebe, a partir das ouvidorias e fiscalizações, que muitos profissionais ainda não sabem operar o equipamento.

   Essa postagem é parte de uma matéria feita por Keyla Assunção que foi retirada da Revista Incluir da edição de aniversário do mês de Dezembro (ñ tenho certeza). Para ver o artigo completo você pode comprar a revista ou fazer uma assinatura pelo site: http://www.revistaincluir.com.br/home.php


Grande beijo
Carol C.
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