Entrevistas
Conheça Vivi...
Sou conhecida por aonde vou como Vivi, tenho 28 anos, moro
na Cidade Maravilhosa, tenho Amiotrofia Espinhal o que me deixou em uma Cadeira
de rodas desde sempre rsrs, sou boba demais, brinco o tempo inteiro, as pessoas
se divertem comigo e quando tento falar sério é difícil fazerem acreditar, mas
consigo na medida do possível.
Foi muito complicado estudar, as escolas não tem adaptações
e com muito esforço fiz supletivo até terminar o segundo grau, desde a 6ª série
me virei desta forma. Sou muito confiante e sabia que poderia ir para uma
Faculdade e passei, entrei logo, sem férias escolares, sem nada e me formei em
Comunicação Social – Publicidade e Propaganda.
Amooo estudar e sei que na cabeça de muita gente existe uma ideia
errada e falta de informação sobre a Sexualidade dos Portadores de Necessidades
Especiais (principalmente os que não possuem deficiências), pronto, fui fazer
uma Pós-Graduação de Sexualidade Humana e hoje sou Sexóloga, adoro escrever
sobre o assunto, conversar sobre o tema e esclarecer dúvidas, porém, trabalho
em uma distribuidora de energia a mais de 5 anos o que não tem nada haver, mas
adoro o que faço.
Trabalhar é muito bom, ninguém me leva muito a sério, sou
muito brincalhona, mas isso é ótimo, deixa o ambiente mais leve, as broncas
menos pesadas, as informações de procedimentos mais fixadas na cabeça. Até
agora sempre deu certo... mentira, as vezes eu durmo e ouço alguém me chamando:
Viviiiiii... kkkk.
Tenho algumas responsabilidades no trabalho e quanto maior o
desafio, me sinto mais capaz. Desafio é comigo mesmo e se por um acaso não der
certo, bora perguntar a quem sabe, aprender e fazer direito?
Saía muito na adolescência, baladas, noitadas, muitos
amigos, festas e com isso era muito namoradeira. Aproveitei demais minha vida,
nada era barreira, nunca me senti diferente, com medo de tentar, sempre fui
onde tive vontade. Com o tempo mudanças acontecem e ficar por ficar não é mais
legal, passou essa fase. Eu também namorei direitinho, com 5 rapazes, fui noiva
duas vezes e só dois deles eram deficientes, um deles era Albino e outro
Cadeirante, isso não é uma regra pra nós cadeirantes, podemos namorar qualquer
pessoa, andante ou não, magro, gordo, alto, baixo, tatuado... normalmente meus
relacionamentos duravam de um ano e meio a dois anos e meio. Hoje estou
quietinha, esperando. Acredito que o melhor pra mim, ainda está por vir.
Gostaria de deixar uma mensagem linda para cadeirantes,
andantes, deficientes... Todos:
Ellen Stohl - “Olhe para mim! Eu sou uma mulher mais do que
uma cadeira de rodas e você precisa ver isso em mim”.
Até breve.
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