Entrevistas
Cantora Lirica Giovanna Maira, transforma o conceito de “coitadinha ela é cega” por “é uma ótima cantora”
Cantora lírica nacional e internacional Giovanna Maira, por meio da sua belíssima voz, transforma o conceito de “coitadinha ela é cega” por “é uma ótima cantora”, assim revela que os deficientes também são talentosos.
Blog: Idade e cidade natal.
G: 28 anos, sou de Santa Cruz do Rio Pardo.
Blog: Conta sua trajetória profissional.
Comecei a cantar aos três anos de idade, demonstrando aptidão para música, também em outros instrumentos. Sendo assim, fui matriculada na aula de piano com essa idade, passando no decorrer de minha vida pelo teclado, violão e flauta doce.
No canto comecei a estudar aos dez anos na Harp Som, escola de música em Osasco, onde residia na época. Formei em canto popular aos 16 anos pelo Conservatório Villa-Lobos, ingressando para cursar Bacharelado em Canto Lírico na USP um ano após.
Blog: Você sobrevive só com música ou tem outro trabalho? Qual?
G: Além da música, ministro palestras motivacionais para empresas, escolas e onde me contratar. Dou um testemunho de minha história, mostrando que é possível superarmos as adversidades com força de vontade e muita fé, em nós mesmos e em Deus. Também sou atriz e integro no momento a trupe Teatro Cego, cujos espetáculos se diferem dos demais por acontecerem totalmente no escuro, possibilitando assim que, no palco, eu atue como uma personagem que enxerga, uma vez que inseridos nos escuro, todos ficamos em iguais condições.
Porque você escolheu música lírica para trabalhar?
G: Não sei explicar, simplesmente me apaixonei pelo estilo quando me aprofundei nele durante a faculdade. Não planejava ser uma cantora lírica, apenas fui estudar essa arte para me tornar uma cantora popular melhor, com uma técnica mais aprimorada. Acabei por me identificar tanto com o clássico que hoje acho difícil abandoná-lo.
Qual é sua cantora favorita?
G: Tenho várias, na música erudita gosto muito de Maria Callas, Edita Gruberova, Natalie Dessay. Na música popular me inspiro em Marisa Monte, Elis Regina, Beyonce, Florence and the Machines.
Blog: Qual é a sensação quando você está no palco?
G: Incrível, sentir a energia, ouvir os aplausos, os gritos de incentivo, a emoção provocada nas pessoas pela sua voz e canção, é maravilhoso, é o que alimenta o artista.
Quantos CDS você tem?
G: Dois: o primeiro chamado “Um Outro Olhar” e o de crossover “A Look Beyond”. Um contendo músicas autorais e algumas regravações e outro conteúdo é voltado ao estilo Crossover, mescla de música popular com clássica.
Blog: Você que escolhe as músicas e qual delas que marcou a sua carreira?
G: Tenho várias, na música erudita gosto muito de Maria Callas, Edita Gruberova, Natalie Dessay. Na música popular me inspiro em Marisa Monte, Elis Regina, Beyonce, Florence and the Machines.
Blog: Qual é a sensação quando você está no palco?
G: Incrível, sentir a energia, ouvir os aplausos, os gritos de incentivo, a emoção provocada nas pessoas pela sua voz e canção, é maravilhoso, é o que alimenta o artista.
Quantos CDS você tem?
G: Dois: o primeiro chamado “Um Outro Olhar” e o de crossover “A Look Beyond”. Um contendo músicas autorais e algumas regravações e outro conteúdo é voltado ao estilo Crossover, mescla de música popular com clássica.
Blog: Você que escolhe as músicas e qual delas que marcou a sua carreira?
G: A escolha do repertório é feita junto com meus produtores, que no caso do segundo CD por exemplo foram Jorge Durian e Alex Gill. Claro que entra no álbum aquilo que me agrada cantar, mas a visão de outros colabora numa decisão mais sólida. Acho que a música que marcou minha carreira foi “My heart will go on”de Celine Dion, tema do filme Titanic. Foi com ela que me apresentei pela primeira vez num programa de TV e, devido a isso, passei anos interpretando esta canção onde quer que fosse.
Quantos shows por mês você faz?
G: Não sei te precisar um número, o trabalho é tão grande que não me sobra tempo para tirar uma média de todos os shows que faço.
Qual é a mensagem que você quer passar por meio da música?
G: Alegria, fé, esperança. Tenho sorte de trabalhar com algo que tem poder, um poder transformador, que modifica almas e corações. Desejo que minha música atinja os ouvidos e alcance o âmago de meu público, para que sintam, assim como eu, o quão abrangente e poderosa é a arte.
Um momento marcante.
G: Meu primeiro show internacional em Washington D.C. onde recebi o prêmio de melhor solista jovem. Foi inesquecível!
Qual a dificuldade e a facilidade que você enfrenta?
G: Talvez a dificuldade seja ainda a discriminação pela deficiência visual, que tem um peso grande para a mídia. Facilidade só se for a de cantar, porque o resto do caminho é árduo, não se chega a lugar nenhum sem muita dedicação.
Qual é seu sonho que quer realizar como cantora?
G: Cantar pelo mundo, levar minha voz aos quatro cantos.
Em Quais programas de TV você já apresentou?
G: Diversos, Domingão do Faustão, Criança Esperança, Encontro com Fátima Bernardes, Domingo Show, Mais Você…
Qual é a importância da rede social para você?
G: Imensa, sou virtual, amo navegar na internet e me comunicar através dela com meus fãs. Também é uma ferramenta essencial na divulgação de meu trabalho.
G: Imensa, sou virtual, amo navegar na internet e me comunicar através dela com meus fãs. Também é uma ferramenta essencial na divulgação de meu trabalho.
Como enxerga mercado musical para deficientes e para música lírica.
G: O mercado é restrito, mas precisamos desmistificar os paradigmas em torno do cego. Quero que me vejam como artista em primeiro lugar, uma cantora que por acaso é cega, não uma cega que canta.
Em sua opinião porque as mídias não mostra muito cantora com deficiente?
G: Por um lado a mídia só procura pessoas com deficiência para sensacionalismo, mostrar histórias tristes que fazem o povo chorar e, principalmente, não mudar de canal. Na contra mão, acho que é difícil encontrar artistas com deficiência com um nível e qualidade suficientes para estar na mídia, muitos não têm a oportunidade de estudar sua arte, se aperfeiçoar no que gosta e, portanto, fica estagnado, sem técnica. Talento é 50% do caminho, os outros 50% chegam com esforço e trabalho.
Você usa uma técnica especifica para aprender musica por conta da deficiência?
G: Conheço musicografia braille, notação usada por cegos para escrever e ler partituras, mas fora isso, conto só com meu ouvido.
Você tem experiências internacionais?
G: Sim, além da citada acima, já fiz turnê pelos Estados Unidos e Caribe e já me apresentei em diversos cruzeiros internacionais e nacionais.
Conte uma curiosidade um show.
G: Creio que os shows internacionais são sempre uma surpresa, nunca sabemos como a platéia vai reagir, devido a diferenças culturais, etc. Lembro-me de cantar certa vez um pot-pourri de sambas para um público americano de diplomatas, achando que talvez não fosse agradar muito. Logo que o rítmo começou, todos se levantaram e começaram a rebolar, foi muito bacana!
Como faz para contratá-la.
G: Podem me contatar pelo site www.giovannamaira.com.br
Deixa uma mensagem.
G: Vá em frente, lute e não desista de você, de seus sonhos, mesmo que pareçam impossíveis, a fé move montanhas.
Por Sandra Mara e Jony da Costa
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