AME-SE!


Por: Thaíse Maki

É cada vez maior o número  de pessoas que fazem uso de aplicativos e redes sociais, por exemplo, para interagir, conhecer novos amigos e, por que não, a sua "cara metade".

Seria essa uma situação comum e saudável nos dias de hoje, se não fosse pelo fato de que, em se tratando de pessoas com deficiência (PCDs), a maioria opta por "se esconder" numa falsa "zona de conforto virtual" que tem por causas outras situações e sentimentos - vergonha de sair de casa... receio do que os outros vão pensar... se sentem reprimidos pelos olhares alheios... preferem não se desgastar com situações de falta de acessibilidade de certos lugares, etc.

É claro que há aquelas PCDs que não tem problema algum em enfrentar questões de inacessibilidade ou de assumirem a sua deficiência e vão desvendando novos ares (e  ainda batalham pela inclusão física/arquitetônica), falam abertamente sobre si, etc.

Por outro lado, não podemos ignorar que existem deficientes que se escondem, vivem se privando de convívio social real porque ainda enfrentam o conflito de aceitar a sua atual situação. Ignoram o espelho, abandonam a vaidade e desistem de si porque "virou deficiente" ou "é um deficiente" e não quer ser magoado  (ninguém quer).

Falo isso com propriedade porque já passei por isso e sei o quão profunda é nossa tristeza e constrangimento por não conseguir, num determinado momento da nossa nova trajetória (eu, por exemplo, virei cadeirante aos 19 anos), entender e gostar de "quem somos". Fazemos comparações, vivemos (alguns) de passado, nos apegamos demais ao "se" e ao "quando".

Culpa de uma sociedade que dita "regras" e padrões de "normalidade" e beleza? NÃO SEI. Prefiro não julgar.

Fato é que depois de muito ignorar festas de família, idas a barzinhos com os amigos,  oportunidades de estudo e trabalho por me achar incapaz (sem ao menos tentar!), desviar de espelhos e fugir de fotos (e como fiz isso!), aprendi uma coisa: NINGUÉM QUER FICAR PERTO DE FANTASMAS E GENTE MAL HUMORADA... NEM EU!

Tá ruim? Melhora. Um sorriso já ilumina o dia de qualquer "coração de pedra".
Respeite o seu ritmo de vida e abandone as autocomparações negativas.
Não ficou bem de azul? Muda "a roupa", encontre um novo estilo que te deixe confortável, feliz e, consequentemente, linda(o)!

Saia "da toca" pra respirar um pouco, sem aquele compromisso de médicos, trabalho,  obrigações. Apenas saia...
Tire aquela foto da rede social onde só aparece um décimo do seu corpo (só o rostinho com meio sorriso) e registre ali a imagem que possui a melhor versão de você.
Não viva para o seu corpo, VIRE A REGRA DO JOGO. Eleve a alma!
Tenha a certeza de que você nunca vai agradar a todos. E DAÍ?
É difícil? SIMMMMMM. Mas não impossível.

Pode parecer cliché o que quero dizer com todas essas palavras e sei que se trata de um exercício diário de amor próprio, mas quando você menos perceber, o seu sorriso passa a ser espontâneo, a visão de muitas pessoas passa a ser natural (sem pré julgamentos pela deficiência) regada de admiração e aquele nosso "casulo" (antiga zona mínima de conforto) ganha novos ares a serem vividos e saboreados intensamente.

Por tudo isso, faça um favor a você agora: AME-SE!!!... PORQUE NINGUÉM VALE MAIS DO QUE A SUA PRÓPRIA PAZ.








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