Meu filho nasceu com deficiência … O que fazer?

  Texto de Kariticha

Será que os pais e a sociedade em geral estão, de fato, preparados para lidar com as pessoas com deficiência, especialmente as crianças? Sabemos que o governo ainda falta muito a fazer por esses pequerruchos, contudo, a inclusão de uma criança deficiente na sociedade deve começar pelo ambiente familiar.

A criança que nasce com algum tipo de deficiência, dependendo da maneira como for criada e orientada, poderá ter uma vida normal, pois uma das características mais impressionantes do ser humano é a capacidade de se adaptar. Porém, se há limitações durante a infância, a aceitação da deficiência deve ser maior, pois a tendência é a negação da condição, tanto da criança como da própria família e amigos.



Mas, meu filho nasceu com deficiência … O que fazer?
1 – Aceitação: este é o primeiro passo para que o bebê sinta-se amado. Não se culpe, nem entre em choque, não sofra por não ter tido o filho sem deficiência, tão desejado. No começo, esse turbilhão de sentimentos pode lhe perturbar. Nesse momento, foque no seu pequerrucho e compreenda que, mais do que tudo, ele precisa de você, do papai e da família para que seja bem aceito pela sociedade.

2 – Não crie limitações: faça seu pequerrucho se sentir como qualquer criança que possa brincar, estudar, passear, sorrir, ser feliz. Faça-o se sentir um bebê ativo e inserido no meio em que vive. Isso realmente mexe com a autoestima dele e faz, com que, mais tarde, ele não se sinta inferior quando precisar passar pelos demais obstáculos da vida, como ser aprovado num vestibular, fazer uma faculdade e arrumar um emprego.

3 – Focalize nas potencialidades de seu bebê: centre mais nas capacidades de seus filhos do que nas incapacidades. Assim como qualquer criança que não possua nenhum tipo de deficiência, seu bebê conseguirá desenvolver algumas atividades mais do que outras. Focando nas suas capacidades, lhe ajudará a criar estratégias que irão permitir à criança uma maior autonomia. Por exemplo, se seu bebê gosta de pegar o papel e rabiscar com os lápis coloridos, desenvolva a capacidade artística dele de desenhar, pintar, colorir etc… Concentrar-se nas potencialidades do seu bebê é ajudá-lo a crescer de uma forma mais positiva e feliz.

4 – Reformule a ideia “deformada” de deficiência: compreenda e faça compreender que uma criança com deficiência não resumir-se a um “deficiente” como muitas vezes a sociedade interpreta. É, sem dúvida, um ser único, tal como todas as outras, mas que, por um tropeçar genético, ou não, nasceu com algumas limitações, apenas!

5 – Cuidados com a superproteção: se já é normal das mamães exagerarem na proteção de seus bebês, imagine em um que porte alguma deficiência? Mas, digo logo, que isso pode ser prejudicial à criança deficiente, pois a coloca em risco da “dependência”. Evite os comportamentos de superproteção, os quais não darão espaço para a criança se libertar e provar para o mundo as potencialidades que tem.

6 – Acessibilidade: conheça os meios de acessibilidade que estão disponíveis para o seu bebê, seja para dentro de casa ou durante um passeio. Saiba, antes de tudo, que uma pessoa deficiente tem os mesmos direitos de qualquer outra. Por isso, lhe estão garantidos o acesso à escola, espaços públicos, edifícios, estacionamentos, casas de shows e eventos, transportes públicos, saúde, etc. O ideal é que os papais conheçam quais instrumentos estão disponíveis no mercado, de acordo com o tipo de deficiência de seu filho, para que facilite a acessibilidade do mesmo aos locais. Para dentro de casa já existem instalações apropriadas para crianças deficientes irem sozinhas ao banheiro, subirem e descerem da cama, lavar as mãos na pia, sentar à mesa para fazer uma refeição ou estudar, dentre tantas outras. No meio externo, os estabelecimentos e locais públicos devem dispor desses mecanismos como rampa de acesso, elevador, corrimãos, sinalizadores auditivos… Procure conhecer antes o local que vai levar seu bebê, se existem instalados tais acessórios, caso não, você poderá fazer uma exigência de acordo com o que está previsto em lei.

7 – Estimule: reserve um tempo e dedique-se a fazer atividades em conjunto com o seu bebê. Isso vai mostrar a ele a sua importância na família e no ambiente. Daí, pesquisando na internet, encontrei algumas brincadeiras tão legais, apropriadas para crianças com deficiência. Achei muito bacana e trago para vocês algumas delas… Divirta-se à vontade com seu bebê!!!!

  • Serra-serra-dor: cantiga bem conhecida e que favorece a movimentação corporal e o equilíbrio;
  • Chocalhos de diferentes tamanhos e cores: estimula a visão e audição da criança, por meio das cores de alto contraste e dos sons produzidos em seu interior, além de propiciar atividades de coordenação motora fina e visual;
  • Jogos de encaixes de formas ou de animais: possibilita a coordenação motora, o pareamento visual, orientação espacial, uso do tato e o conhecimento;
  • Jogo de bola com guizo ou bola com cores contrastantes: possibilita a integração com outras crianças e trabalha orientação espacial e do próprio corpo. A criança deve ser orientada que estão em círculo e que chame o nome da criança para qual irá arremessar, assim fica mais divertido e permite a participação de todos;
  • Faz-de-conta: brincar de “mamãe e filhinha”, de “super-herói” e outras. Sendo que a criança cega deve ser incentivada e ensinada a fazer esse tipo de brincadeira. Já a com baixa visão (leve e moderada) pode aprender pela imitação;
  • Esconde-esconde os objetos: fazer com que a criança encontre objetos perdidos, atividade de grande incentivo visual, no caso para as de baixa visão.

Pois é, amores! O mais legal em promover essa consciência, é ter a certeza que uma deficiência não faz com que uma pessoa seja melhor ou pior do que uma pessoa não deficiente. Nunca subestimem as possibilidades de seu filho por algum tipo de deficiência que ele possua, nem tampouco superestime as dificuldades e vice-versa. 

Como em todas as famílias, o amor é peça-chave para que seu pequerrucho cresça sabendo de suas limitações e como conseguir se adaptar ao mundo mesmo com elas. Saibam que as pessoas com deficiência têm o direito, podem e querem tomar suas próprias decisões e assumir a responsabilidade por suas escolhas. 

Independente da situação, vamos mudar o enfoque e conceito que a sociedade tem com as pessoas deficientes. Mais do que respeitar as diferenças dos outros, o importante é respeitar e colaborar com a singularidade de cada um.

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