Menino com deficiência é deixado em escola enquanto turma vai ao cinema



Em uma publicação no Facebook que já ultrapassou os 4 mil compartilhamentos, uma mãe, moradora de Belo Horizonte, fez um desabafo sobre a forma como seu filho é tratado na escola municipal onde estuda, na capital mineira. João Pedro, de 9 anos, que locomove-se em uma cadeira de rodas, foi deixado no corredor do colégio das 7h às 11h20 do último dia 29, enquanto o restante da turma foi levado ao cinema. Episódios assim são recorrentes, segundo a mãe, Adriane Cruz. E isso acontece muito embora a escola seja considerada "inclusiva".


"Ainda não conseguiram aplicar o lindo projeto que eu também amo, que se encontra escrito no papel, ele não vai aos passeios da escola, este ano nem mesmo convidado para a festa junina ele foi", escreveu Adriane no post.

Desde que foi postado no Facebook, o texto dela recebeu 5,4 mil reações, a maioria delas de tristeza e raiva. A publicação também tem 1,7 mil comentários e foi compartilhado mais de 4 mil vezes.

João, que está no terceiro ano do ensino fundamental, tem paralisia cerebral e, por isso, deficiência cognitiva e física. O menino estuda na escola em questão - de ensino regular - desde maio deste ano. Ao longo de sua história escolar, os desafios sempre estiveram presentes. 

- Ele não é convidado nem para ser espectador das atividades. João está numa escola integrada, mas não faz nada. Tem uma pessoa que seria o agente de inclusão, mesmo que não pedagógico, mas que poderia fazer como eu faço: levar ao cinema, para brincar. Espero que ele chegue o mais perto possível do nosso mundo, mas ainda não consegue - conta Adriane, que estuda assistência social com objetivo de ajudar outras pessoas com deficiência.

"Hoje vendo meu filho chegar da escola não tive como não chorar", assim começa a publicação, que questiona também o preparo dos profissionais que lidam com estudantes com algum tipo de deficiência e se dispõe a ajudar a melhorar essa interação:

"Incluir no meu ver vai além de deixar uma pessoa limpa e bem alimentada circulando por corredores de escolas municipais da cidade de Belo Horizonte, e acredito que está opinião também é dos profissionais, como nos familiares de pessoas com deficiência. Podemos ajudar vocês? Acredito que o treinamento da prefeitura não é suficiente. Estamos dispostos a ajudar, viu?", afirmou.

Sobre a audiência pública que participou na manhã desta terça-feira, Adriane se disse desanimada. 

- Foi mais um momento das famílias expressarem suas indignações, o que sofrem nas escolas. Mas percebemos que não vai para frente, em termos de políticas públicas ao cidadão e para pessoas com deficiência. Não tive respostas que me dessem segurança - afirmou ela. 

Por meio de sua assessoria de imprensa, a Secretaria municipal de Educação de Belo Horizonte informou que, ao tomar conhecimento do fato, entrou em contato com a mãe do aluno e realizou uma reunião com a participação dela, da direção, de professores, da coordenação integrada e da diretora regional de educação para esclarecer os fatos e garantir que o fato não se repita.

A pasta acrescentou ainda que: "É importante ressaltar que o ocorrido não reflete as ações adotadas pela Smed em sua política de inclusão. Todas as escolas são orientadas a desenvolver atividades que contemplem a participação dos estudantes com deficiência" diz a nota.

Clique na postagem desta mãe e mostre seu apoio:






Via: Tô Dentro
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