Dica de leitura
Aprendendo a andar de uma forma diferente

“Era para ser um dia normal como outros, mas às 15 horas e 30 minutos do dia vinte de fevereiro de dois mil e três, em uma tarde ensolarada, cheguei com a minha moto CG Titan 125, ano 2002, com apenas 6.500 km rodados em frente a uma agência do Banco do Brasil, no pistão sul de Taguatinga (DF), na maior inocência do mundo, guardei meu capacete no caixote e peguei minha bolsa, dirigi-me para o interior da agência, ao entrar percebi que alguém havia pego minha bolsa por trás, virei-me para ver quem era, pensando ser um colega fazendo alguma brincadeira, foi quando me deparei de frente com um homem que na sua mão direita segurava uma pistola 380, ouvi ele falar: Largue!. Mas no mesmo instante congelei, não tive reação, vi que ele levantou a arma em direção do meu coração, só ouvi o estampido do tiro e um relâmpago da espoleta, no momento tudo sumiu por alguns segundos, não senti dor alguma, deparei-me sentado no chão, arrumei minhas pernas com as mãos, já que não tive mais movimentos...”.O trecho acima conta a história de superação de Primo João Momoli e pode ser encontrado em seu livro “Aprendendo a andar de uma forma diferente”.
Na obra de apenas 36 páginas, Primo faz um relato sobre sua infância e adolescência até o dia em que foi baleado em uma agência bancária no Distrito Federal há quase dez anos. O autor conta sobre as dificuldades que teve que enfrentar em decorrência da paraplegia e onde buscou forças para continuar vivendo. “No início foi complicado. Eu sempre fiz tudo sozinho e ajudava a todos e, de repente, me vi em uma situação de dependência das outras pessoas. Acabei voltando a ser um bebê com tamanho de um adulto”, lembrou.
Primo destacou que uma das principais dificuldades após o acidente foi de encontrar informações sobre paraplegia. Por isso, fez questão de informar aos leitores sobre os cuidados e equipamentos que um cadeirante necessita. “Escrevi sobre minha história para o público ter um ponto de partida, caso essa situação ocorra com outras pessoas. Quando me acidentei fiquei perdido, sem orientação e até mesmo no setor de saúde poucos sabiam sobre o assunto. Consegui me superar através de um colega que já era cadeirante. Várias vezes pensei em desistir, mas permaneci lutando, a cada dia vencendo um obstáculo e buscando forças em Deus”, enfatizou.
Depois de ler o livro, o público pode entrar em contato com o autor através
do e-mail:primo-momoli@bol.com.br e pelo MSN:primojoaom@hotmail.com.
“Eu espero que esse livro ajude outras pessoas a também vencerem na vida e me coloco à disposição para orientações sobre paraplegia, uso de cadeira de rodas e superação”, disse.
Fonte: Jornal do Oeste
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