Esportes radicais - Hardcore Sitting





Coragem, assim podemos definir o Hardcore Sitting, o esporte radical em cadeira de rodas. 
A ousadia dos cadeirantes em arriscar manobras numa pista de skate é necessária para quebrar os paradigmas de que deficientes não podem isso ou aquilo por conta de suas limitações físicas. Mas que limitações? Quem vê os praticantes da modalidade na cidade de Rio Claro, no interior de São Paulo, logo se espanta e se surpreende com a agilidade que eles possuem ao descer rampas utilizadas por skatistas. Estão totalmente inseridos à definição de radical.

O esporte chegou ao Brasil trazido pelo psicólogo esportivo e atleta Pablo Moya, que se espelha no americano Aaron Forthenger, inventor do esporte. Pablo montou sua equipe, composta por três atletas ex-jogadores de basquete sobre rodas, com a ajuda do Instituto Spine Social, em Rio Claro. Após poucos meses de treino, os resultados alcançados agradam muito o técnico e incentivador do Hardcore Sitting. Pablo diz “Os resultados já alcançados são ótimos. Entre eles podemos citar o aumento significativo de sensação de segurança, motivação, estímulos de reações fisiológicas e muita dose de adrenalina que relaxa o corpo e a mente”.

Para praticar o Hardcore, o cadeirante precisa, acima de tudo, de muita coragem, pois é um esporte radical e de alto risco. Tendo essa consciência e gostando de adrenalina, o se-gundo passo é adquirir produtos de segurança que são indispensáveis para a prática, como uma cadeira adaptada, capacete grosso, cotoveleira, joelheiras, luvas e um local apropriado com rampas. Pronto, você já pode iniciar a primeira aula. “Só quero acrescentar que para praticar o Hardcore Sitting a segurança é mais importante do que a adrenalina e sempre deve estar em primeiro lugar”, alerta Pablo Moya.

Quanto às quedas, eles já perderam a conta e se divertem ao lembrar que o melhor de cair é sempre levantar para começar tudo de novo. “A última vez que contei estava na 87ª queda”, brinca Ariel. “Já passou a ser normal, tem lu-gares que até calejou. Hoje, uso mochila nas costas para não raspar”, conta o atleta. Para Júnior cair tem um significado mais intenso. “Adoro cair, pois assim sinto mais meu corpo. Aprendi no decorrer dos treinos que o tombo é necessário, pois você aprende a levantar e a começar de novo. É isso que é legal”, comenta o atleta.
Para Pablo, o esporte é mais uma oportunidade de tirar o cadeirante de casa, além de liberar suas energias. “Quero que o esporte chegue a muitas pessoas para que realmente traga mais adeptos e que se torne grande como o basque-te! Quem sabe um dia não entre nas Paraolimpíadas.


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