Labrador cadeirante inspira ONG


Depois que seu melhor amigo ficou cadeirante, bombeiro voluntário criou uma ONG para ajudar outros animais deficientes. A Gunnar’s Wheels já forneceu 130 cadeiras de rodas para pets com deficiência.




Já houve dias em que ele não podia contar a ninguém sobre o que tinha presenciado, mas sempre podia conversar com seu labrador preto, Gunnar. “Era quase meu cão ‘de terapia’ após chamadas difíceis”, diz.

Gunnar estava sempre lá para confortar Jason, mas no dia 16 de fevereiro de 2014, seus papéis se inverteram quando Gunnar foi atropelado por um carro depois de andar muito. Naquele momento, era a vez de Jason ser seu sistema de apoio.

“Eu estava trabalhando naquela noite e minha esposa me ligou e disse que ele tinha sido atropelado – eu fiquei apenas em choque – e que ele não conseguia se levantar, não podia se mover”, relata.

Jason falou com seu supervisor, saiu do trabalho e correu para a clínica veterinária para encontrar sua esposa, Stephanie. Quando ele olhou a parte de trás do automóvel de Stephanie, percebeu que seu melhor amigo estava em más condições.

“Ele é um labrador de 110 libras [cerca de 50 quilos] e nunca mostrou sentir dor antes. Seu nariz estava aberto, faltavam dentes, ele estava chorando e eu nunca tinha ouvido esse cachorro se queixar tanto”, acrescenta.

Os Raios-X não mostraram as lesões na medula de Gunnar e o veterinário mandou-o para casa com pontos no nariz e disse a Jason para monitorá-lo. A dupla dormiu no chão e, de manhã, Gunnar ainda não conseguia ficar de pé. O tutor procurou uma amiga de infância – que é veterinária – e que vive em outro estado.

“Mandei suas fotos e ela me instruiu a levá-lo imediatamente para um hospital veterinário da universidade”, afirma.

A Universidade de Minnesota (EUA), estava a duas horas e meia da residência de Jason. Ele fez uma maca improvisada com um pedaço de madeira e colocou Gunnar no carro. Este foi o início de uma viagem médica onerosa.

“Queriam cerca de US$ 6 mil para uma ressonância magnética, e cerca de US$ 2 mil para a cirurgia. Nós maximizamos nossos cartões de crédito”, revela Jason.

Claro que a despesa valeu a pena. Ele estava disposto a fazer o que fosse necessário para que Gunnar se recuperasse. Uma semana depois, com uma maca emprestada da clínica veterinária local, Jason levou o cão para casa.

Gunnar tinha o amor das pessoas, mas precisava de uma cadeira de rodas de US$ 600. Os Parkers estavam com um orçamento muito apertado depois de gastar milhares de dólares na cirurgia e cuidados do cão.


“Meus amigos doaram o dinheiro para seu carrinho”, explica Jason explica.

Com o carrinho e uma tipoia especial, Gunnar conseguiu permanecer ativo, apesar da paralisia na parte traseira do corpo. Sua família o ajudou com a fisioterapia, levando-o até seu lago favorito para a terapia aquática. Todos os dias, Gunnar ficava mais forte.

Enquanto isso, Jason conectava-se com outras pessoas que cuidavam animais com deficiência. Eventualmente, um amigo do Facebook perguntou se ele poderia ajudar Hope, uma mix de pit bull que morava em Houston, a conseguir um carrinho como o de Gunnar.

“Ela foi salva pela BARC em Houston. Foi atropelada por um carro e rastejou debaixo de uma casa para morrer”, contou Jason ao Dogster.


Jason encontrou uma segunda cadeira de rodas de segunda mão do Walk n’ Wheels – o mesmo tipo usado por Gunnar. Ele o limpou e mandou-o para Hope. Foi assim que nasceu a Gunner’s Wheels, uma organização sem fins lucrativos. “Quando vi o vídeo de Hope, eu me virei para minha esposa e disse ‘isto é como nós vamos começar a retribuir”, disse.

A Gunnar’s Wheels já forneceu 130 cadeiras de rodas para 152 animais. Quando um animal falece ou se recupera, a cadeira volta para Jason para ser remodelada e enviada para outro animal paralisado.

Uma campanha do crowdfunding arrecadou mais de US$ 80 mil para a causa e a Gunnar’s Wheels foi considerada recentemente a heroína do GoFundMe.

Quanto a Gunnar, ele agora tem 10 anos e ainda ama a vida com rodas. Jason diz que o relacionamento deles ficou ainda mais forte após o acidente.

Antes de Gunnar ficar paralisado, Jason costumava conversar com ele sobre seu dia. Hoje, Gunnar “fala” com ele também, usando uma série de latidos suaves, grunhidos e olhares para comunicar suas necessidades.

“Não sei se ele sabe disso, mas ele ajudou muitos cães”, conclui Jason.

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