Sedução, desejo, sexo, atração... os deficientes quebrando paradigmas

Sexualidade é um assunto ainda hoje considerado tabu. Sobre os deficientes é colocada uma lente de aumento, pois afinal algumas pessoas têm certas ideias pré-concebidas: deficiente não cresce, não tem vida ativa, não está apto para o mercado de trabalho, que dirá para relações como o sexo!

As pessoas vêem o deficiente como alguém frágil, predisposto a maiores sofrimentos, o que gera .expectativas e preocupações sem fundamento. Mas a vontade e curiosidade do deficiente, onde ficam?

Deficientes precisam se dar a oportunidade de se tocar, conhecer seu próprio corpo, suas possibilidades e preferências. Assim eles terão uma relação mais satisfatória consigo e com o outro. A afirmação de que o sexo deve ser livre pode colaborar para que os deficientes vivam com plenitude a sua autonomia sexual.
Para comprovar que os deficientes podem sim fazer sexo, convidamos o casal Leia e Paulo que tem vida sexual ativa, ela com poliomielite e o marido sem deficiência. Eles se casaram no fim do ano passado, tem uma filha e contam suas experiências a respeito do sexo.

Para eles a deficiência não atrapalha e nem ajuda na hora do namoro. “Temos um ótimo desempenho sexual.
Não vemos nenhum problema nisso”. Eles dão a receita para superar as dificuldades físicas na hora da relação: "quando existe amor existe paciência, carinho, compreensão e dá tudo certo no final".
A conversa esquentou quando perguntamos se a cadeira de rodas é um objeto de fetiche. Com risadinha, Leia diz “sim. Ele não resiste quando me vê de baby-doll em minha cadeira".

O papo continua picante quando contam como deixar o relacionamento entre um casal sempre aceso. “Devemos usar a nossa criatividade: usar uma linda lingerie, ir a lugares diferentes, dominá-lo na hora H, no chuveiro é ótimo e na própria cadeira de rodas também é bom”.

Leia e Paulo deixam uma mensagem: “Não importa a condição física, temos o direito de ser feliz”. Fazer sexo não precisa um padrão estabelecido, precisa é ter “pegada”.

Por Sandra Mara, Jony da Costa e Elisangela (sandramara@nossosonho.org.br / jony@nossosonho.org.br / elisangela@nossosonho.org.br) 
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