Educação domiciliar, você apoia?


Atualmente venho escutando falar bastante sobre o ensino domiciliar, aquele método onde os estudantes não frequentam as escolas e recebem as aulas em casa. 

Nas reportagens muitos pais apoiam este ensino apontando vários motivos, como por exemplo, que a criança receberá maior atenção dos professores, não correrá perigo de sofrer bullying e alegam a condição física/mental das crianças com deficiência para não participarem das aulas convencionais.

Pensando nisso, perguntei para várias pessoas quais as opiniões delas, veja:


Bruna Kroth tem 23 anos e atualmente está cursando Psicologia. 
Bruna teve suas duas pernas amputadas quando tinha 
 2 anos de idade, devido meningite com vasculite.

"Eu sempre estudei em escola pública e atualmente faço graduação em uma faculdade privada. 


Não concordo com aulas domiciliares para pessoas com deficiência, pois todos temos os mesmos direitos e isso não é inclusão social.

Eu nunca sofri bullyin por parte dos colegas, mas sei que pode acontecer. Sofri exclusão por parte de alguns professores de educação física.

Essa questão, deverá ser enfrentada de cabeça erguida,não é fácil, mas ficar em casa não é a solução.

De repente, se as escolas fossem melhores preparadas, com professores auxiliares à disposição, o ensino domiciliar nem seria discutido."


Fatine Oliveira tem 31 anos e é formada em Publicidade. Ela é cadeirante devia a Distrofia Muscular. 


"Eu sempre estudei com outros alunos sem deficiência e isso foi super importante para mim, pois na escola fiz grandes amigas para vida. Hoje tenho amizades de 20 anos por causa dessa convivência. Sou formada em publicidade e apesar das dificuldades fiz meu curso presencial.

Claro que nem tudo foi tão fácil, demorei cinco anos para vencer a timidez e conseguir socializar com os colegas no ensino fundamental. Tinha muita vergonha e cheguei a fazer xixi na roupa uma vez por causa disto. Foi horrível. 

Contudo, são as dificuldades que nos fazem evoluir e foi necessário esforçar-me para conseguir vencer essas barreiras emocionais. 

Acredito que é fundamental para pessoa com deficiência saber lidar com esses percalços da vida, porque não é fácil lidar com o preconceito e se quisermos viver felizes e normalmente devemos enfrentar tudo de frente por mais complicado que possa parecer. 

Minha mãe me ajudou muito nesse fortalecimento pessoal e, anos mais tarde meus amigos também me apoiaram. 

Se o aprendizado em casa for por questões médicas, não discordo, afinal temos de preservar nosso bem estar. Porém, se for possível ir as aulas de cadeira, recomendo que vá."

E as opiniões das crianças? 
Veja o vídeo e tire suas próprias conclusões:




Veja a o que a pedagoga Liziane Constantino (minha irmã) diz em relação ao ensino domiciliar:

" Antes de tomar qualquer posição, devemos analisar cada caso de cada criança com deficiência. Existem muitas crianças que realmente não possuem condições de sair de casa,  utilizam oxigênio, não possuem um meio de transporte ou algo do gênero. Nestes casos, eu apoio este método de ensino. 

Porém, as crianças que têm condições de sair de casa, independente se é deficiência física ou intelectual, é de suma importância a convivência com outras crianças para haver a socialização e inclusão.

Mas entendo a posição destes pais. Mesmo que o Governo vem investindo na especialização e adaptação das escolas para oferecerem condições de receber, dignamente um aluno com deficiência; Ainda é grande o número de escolas despreparadas que não possuem suporte nenhum."


Este realmente é um assunto muito polêmico que deve ser bem analisado. 
Para finalizar, quero dizer que recentemente foi aprovada a Lei Brasileira da Inclusão onde novos direitos foram citados que facilitam muito a vida escolar dos estudantes. Quem quiser acessar a LBI, clique AQUI.
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