Cadeirante realiza sonho e se torna modelo de passarela

Olá pessoal um dia desses estava lendo o site Terra e encontrei uma reportagem muito bacana e não poderia deixar de compartilhar com vocês.
Cadeirante realiza sonho e se torna modelo de passarela

Caroline Marques é modelo há quatro anos
Foto: Ricardo Matsukawa/Terra

SIMONE SARTORI
Direto de São Paulo
Caroline Marques tem 29 anos e há quatro iniciou sua carreira de modelo. Desfilar nas passarelas era um sonho de menina que demorou a ser concretizado. Isso porque, aos nove anos, ela sofreu um acidente de carro que a deixou paraplégica. Carol, como é mais conhecida, cresceu, se formou no curso de Processamento de Dados, mas nunca trabalhou na área. Até que um dia foi convidada para desfilar para a grife Gooc. "Eu era pequena e sonhava em desfilar. Aconteceu o acidente e aí pensei: o sonho acabou. Foi quando, há quatro anos, recebi o convite para fazer meu primeiro desfile. Foi um impacto, ninguém esperava uma modelo cadeirante na passarela", diz.
» Veja as melhores imagens da SPFW
A experiência foi tão positiva que, logo após a sua estreia, Carol foi contratada por Kica de Castro, dona de uma agência especializada em modelos portadores de deficiência. No ano passado, a moça desfilou até para a grife Cavalera, durante o evento Fashion Downtown, realizado na capital paulista. Além das passarelas, ela também faz trabalhos publicitários e acredita que encontrar um cadeirante no mundo fashion pode se tornar cada vez mais frequente. "O mundo da moda está descobrindo agora as modelos cadeirantes. Sou chamada como um diferencial para o desfile. Entro sozinha e o público sempre fica surpreso. É só um detalhe estar sentada na cadeira", afirma, lembrando do clima ainda nos bastidores.
"Nos bastidores, sigo o mesmo ritmo das outras modelos. Também tenho que ser rápida", disse. Carol conta que às vezes é preciso fazer algumas adaptações para entrar na passarela, como uma rampa, mas que nunca deixou de desfilar por isso. Ela diz que ainda não identificou sinais claros de preconceito pela sua condição de cadeirante. "Algumas modelos ficam de nariz torcido por me verem como destaque, mas não sei se é preconceito. Geralmente sou bem recebida".
Desfile além das passarelas
Na quarta-feira (15 de agosto de 2011), terceiro dia da São Paulo Fashion Week, a modelo trocou os holofotes da passarela por um lugar privilegiado na plateia. Ela ganhou um convite para assistir ao desfile do estilista Mário Queiroz na fila A, logo à frente da área reservada para a imprensa internacional. Carol aproveitou para elogiar a acessibilidade no Pavilhão da Bienal, onde acontece o evento. "Foi ok. Ficou tudo certinho, sem problema algum".
Depois do desfile, saiu pelos corredores do prédio e chamou a atenção por onde passou. "Todo mundo fica olhando, surpreso, pede para tirar foto. Pode olhar. Hoje vim desfilar nas passarelas externas", brinca, fazendo pose. De modelo, claro. Não à toa fã de moda, Carol aproveitou para falar sobre suas preferências para compor o visual.
"Visto de tudo e eu mesma faço a minha moda. Agora, no inverno, meus casaquinhos de pele não podem faltar de jeito nenhum, ainda mais em São Paulo (em referência ao frio da capital paulista). Já o verão será bem colorido", aposta a modelo, que vestia peças de marcas do Mercadinho Chic (http://www.mercadinhochic.com.br/), um espaço na rua Oscar Freire, nos Jardins, que reúne diversos expositores das áreas de moda, decoração, design e arte.
Sobre a participação de cadeirantes no mundo fashion, a modelo reitera que, num futuro não tão distante, cadeirantes brasileiros podem sim ter o mesmo destaque de grandes tops internacionais. "Há espaço para cadeirantes na moda, sim. Daqui a pouco, quem sabe não aparece uma Gisele?". Caroline se mostra uma forte candidata ao posto.

Fonte: http://moda.terra.com.br/spfw/verao/2012/noticias/0,,OI5189289-EI17983,00-Cadeirante+realiza+sonho+e+se+torna+modelo+de+passarela.html
Tecnologia do Blogger.