‘Sou uma mulher que desconhece limitações’, afirma bailarina cadeirante


 

O sorriso no rosto se tornou característica marcante da mineira Camila Pilares, de 23 anos. Apesar de não conseguir andar, ela sempre acreditou nos sonhos e foi deixando, um a um, os limites pelos caminhos que passava. Hoje ela é bailarina, atleta para-límpica e uma mulher que não abandona a vaidade, o se sentir bem e bonita.

A uberlandense nasceu com "espinha bífida", que afeta a coluna. Ela não teve o "prazer" de dar os primeiros passos e desde pequena a cadeira de rodas a acompanheira. "Sempre achei minha história intrigante, pois sou filha caçula de três irmãs, sendo que nenhuma delas apresentou qualquer tipo de deficiência. Até então, a medicina não tem dados concretos sobre o meu caso", afirmou.

Mesmo com a deficiência, Camila não se considera inferior em nada. Pelo contrário. Diz ser uma batalhadora, alguém que corre atrás de tudo o que deseja. "Sou uma grande mulher e desconheço limitações. Na minha infância eu via as crianças andarem de bicicleta, correrem e isso realmente me entristecia, porém com o tempo percebi que eu poderia fazer da minha forma o que todos os outros faziam", disse.

Sobre o balé, a mineira relatou que o amor pela dança veio há dez anos. Ela começou com dança do ventre e em seguida se apaixonou pelo "ser bailarina". Segundo ela, os movimentos dos membros superiores são perfeitamente normais e iguais. Não são feitos movimentos nos membros inferiores. "É uma das artes que mais admiro", confessou.

Além de dançar, Camila é uma boa jogadora de xadrez e o "xeque-mate" também faz parte da felicidade diária dela. A mineira ainda é apaixonada por música, "viciada" na família e num "lápis e blush". "Fazer o que eu gosto faz com que eu me sinta uma pessoa melhor. Apesar de estar muito bem, estou sempre buscando aperfeiçoamento, uma melhora como um todo", disse.

A mineira não é muito de falar de coisas negativas nem das dificuldades. Sobre os assuntos ela apenas faz um breve comentário, dizendo que já foi discriminada quando embarcava em um ônibus com a mãe e a irmã. As diferenças, para ela, tanto fazem. "Para mim não há diferença entre menor e maior dificuldade. Sou extremamente feliz dentro das minhas possibilidades. Tenho tudo o que eu preciso. Tenho uma família que me ama, tenho amigos e vou aos shows que eu gosto. Enfim, isso, pra mim, é ser feliz", acrescentou.

Camila concluiu dizendo que está apaixonada, mas não quis revelar o nome do rapaz que ganhou o coração dela. Dos sonhos que tem, conhecer a Disney ainda está no topo, seguido pelo de conseguir conquistar o primeiro lugar na Seleção Brasileira de Halterofilismo, modalidade que pratica há mais de ano.
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