Conheça a Brubs...


Olá galera, meu nome é Bruna, mas todos os meus amigos me chamam de Brubs, então você também pode me chamar por esse apelido, porque a partir de agora, nós somos amigos também. Eu tenho 16 anos, quase 17, digamos assim. Dezesseis anos sentada... Mas de vez em quando a gente deita pra descansar. 

Eu moro em Urussanga- SC, uma cidade bem pequena, e não, aqui não é sempre frio. Frequento a escola (me formo no ensino médio esse ano) e faço estágio como telefonista na secretária de saúde daqui. 

Sobre minha deficiência, bem... Foi erro médico no parto. Nesse momento você deve estar indignado, puto da vida, revoltado... Mas não fique! Errar é humano, todo mundo erra. E, além disso, alimentar raiva/ódio de alguém dentro de si faz mal, muito mal para o coração. Enfim, você deve estar se perguntando, como aconteceu? Bom, é bem simples na verdade. Eu nasci um dia antes do que era esperado. Minha mãe estava com os papéis afirmando de que necessitaria ser feito uma cesariana, mas o médico que estava de plantão (que não era quem acompanhava minha mãe) quis fazer parto normal, e deu no que deu, aqui estou eu. 

Minha infância foi bem complicada, apesar de eu ter sido uma criança alto astral. Não possuía amiguinhos no colégio (estudava em colégio particular, sabe? Onde todo mundo é metido a rico, mas come pão com ovo em casa. Aliás, pão com ovo é muito bom). 

Enfim, lá eu também sofria algo que chamam de bullying ou preconceito hoje em dia, mas naquela época não chamavam assim, era algo como “só não queremos ser seus amiguinhos porque você não anda, mas não é preconceito”. E o diretor não falava nada. Naquela escola, só havia uma coisa que eu amava: o ballett. Comecei a dançar muito nova, e eu arrasava mores. Cada pirueta, cada bananeira que eu plantava, era um grito da plateia que ia assistir as apresentações. 

Mas enfim, aros que rodam, o tempo passou e eu troquei de escola, o que mudou minha vida totalmente. Primeiramente, lá eu não tinha mais o ballett, mas eu tinha amiguinhos. MUITOS AMIGUINHOS. E hoje em dia, minha melhor amiga é uma menina que eu conheci naquela época. 

Em 2010 eu conheci outra paixão: desfilar. Mas não fui a fundo nisso, após 3 desfiles, eu parei. Logo depois comecei a tocar na banda de fanfarra na escola e por aí foi.

 Muitas pessoas perguntam se eu me sinto mal por ter uma deficiência física, e eu sempre respondo que ser um carrinho da HotWheels é muito legal, principalmente quando há uma ladeira. Não, sério, vocês já tentaram fazer drift numa cadeira de rodas? É sobrenatural cara! Sabe aquela sensação de que não pode vacilar, porque se cair você nunca mais vai levantar? Bom, sinto isso direto. 

Bom, se nada der certo, pelo menos tenho humor. E acho que isso foi uma forma de defesa, entendem? Pelo menos no começo. Hoje em dia, eu me sinto bem fazendo brincadeiras com a minha deficiência e tal. Se me atacam com preconceito, eu devolvo zoando eles. Basicamente isso. 

Não ligo muito pras perguntas que fazem sobre minha deficiência, mas é sempre bom dar um “bom dia” antes de falar “o que aconteceu com suas pernas?” tá bom? E o mais importante: não nos tratem como vitimas, porque não somos. Somos tão normais quanto pessoas “normais” pra sociedade capitalista burguesa safada (brincadeira), e não precisamos de pena/dó também. 

Vocês acreditam que esses dias uma senhora me parou na rua e me deu 5 reais e logo depois falou “coitadinha”? Como eu não sou louca, peguei o dinheiro (há duas coisas no mundo que não se rejeitam: dinheiro e comida, aprendam isso crianças). Mas confesso que fiquei um pouco chateada com a situação, ainda mais porque eu devia estar parecendo uma mendiga pra ganhar “esmola”. 

Enfim, acho que já escrevi demais, e a dona do blog vai me matar por isso. E, aliás, quero agradecer o convite e dizer que estou muito feliz por estar contando minha história, ou uma parte dela aqui. Muito obrigada. 

E quero convidar vocês pra conhecerem meu canal (Deu A Louca na Bruna) lá no YouTube. Faço umas coisas meio loucas, respondo perguntas sobre minha deficiência, falo do lado bom de ser cadeirante e outras coisas também, por exemplo, coisas que acontecem na escola, viagens que faço, situações engraçadas da minha infância, etc. Tento não focar muito na minha deficiência, porque esse não é o objetivo principal do meu canal. 

Bom, se posso deixar um último recado, quero dizer pras pessoas que estão lendo isso serem elas mesmas. Se amarem acima de tudo (sei que isso é difícil de vez em quando) e se valorizarem, vocês não vão conhecer todo o seu potencial se não tentarem, então, tentem tudo também. Corram atrás dos seus sonhos, ou melhores, rodem até eles. 
Abraços.


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