Idoso é preso pela 2ª vez suspeito de estuprar e torturar enteada com Síndrome de Down, em Jataí


Um trabalhador rural de 62 anos foi preso, na terça-feira (10), suspeito de abusar sexualmente e torturar a enteada de 42 anos que tem Síndrome de Down, em Jataí, na região sudoeste de Goiás. De acordo com a Polícia Civil, idoso, além de bater na mulher, chegou a queimar as pontas dos dedos dela. Esta é a segunda vez que ele é preso pelos mesmos crimes.

Segundo o delegado Agnaldo Coelho Alves, da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), o caso foi descoberto depois que a vítima foi atendida em uma unidade de saúde da cidade.

“Ela foi ao hospital para ser atendida por um problema no pé, que ela já vinha tratando. Durante o atendimento, os médicos suspeitaram que ela estava sendo vítima de abuso sexual e violência, porque tinha várias marcas pelo corpo. A partir disto a polícia foi acionada, e ela veio até a delegacia, relatando que, de fato, havia sido agredida e abusada”, disse ao G1.

O idoso foi preso na tarde de terça-feira, na casa em que mora com a vítima e a mãe dela. Segundo o delegado, o padrasto aproveitava que a esposa tem problemas de locomoção e faz uso de vários remédios controlados, para abusar da enteada sem que ela soubesse.

“A mulher fala que não consegue afirmar se, de fato, a filha era ou não abusada, porque faz uso de medicamentos fortes, e não consegue se locomover. Ele aproveitava e, em locais isolados da casa, praticava atos libidinosos, passando a mão nas partes íntimas dela, e chegando a tortura-la, conforme a vítima relatou em depoimento”, afirmou.

De acordo com o delegado, a vítima foi encaminhada para fazer exames periciais, cujos laudos devem ser concluídos em até 10 dias.

O investigador disse que o idoso pode responder, além de estupro de vulnerável, pelo fato da vítima ser Síndrome de Down, por lesão corporal ou tortura, a depender do resultado do laudo e de outros depoimentos que ainda serão colhidos.

“Pelos relatos, de forma visual, já podemos notar que, de fato, houve agressão. Ele a agredia com frequência, em local isolado, ele batia muito nela. O fato mais grave foi, além dos atos libidinosos praticados ao longo de todo esse tempo, chegar a queimar os dedos dela”, revelou.

Segundo o delegado, até as 12h desta quarta-feira (11), nenhum advogado havia se apresentado para defender o idoso.

Reincidência

Esta é a segunda vez que o idoso é preso por agredir e abusar sexualmente a enteada. Segundo a Polícia Civil, a primeira vez ocorreu em 2015, quando foi decretada a prisão temporária e ele ficou preso por 30 dias. Conforme o delegado, na época a vítima e a mãe chegaram a se mudar para Rio Verde, na região sudoeste do estado, para ficar longe do agressor.

Segundo Alves, os crime voltaram a ser praticados no início deste ano, quando o idoso foi até a cidade e buscou a mulher e a enteada para voltarem a morar junto com ele.

“Elas tinham ido morar na casa do irmão. Tivemos o cuidado de, na época, fazer com que ele ficasse longe da mulher. Notamos que o fato de já responder por um prime, de já ter sido preso uma vez, não o intimidou e o fez continuar a praticar estas atrocidades que foram relatadas”, contou.

Em 2015 o caso chegou até a polícia depois de uma denúncia anônima feita ao Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência, que procurou o Ministério Público, que, por sua vez, levou a situação à Deam.

Via: G1 Goiás.
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