Ana Cláudia, prazer!

Hoje eu Ana Cláudia vim falar um pouco de minha historia, então lá vai...
 No momento, estou sem movimento nas pernas. Os médicos não sabem quando e se ele volta. Então, a palavra “reabilitação” tem sentido aberto. É óbvio que eu quero voltar a andar, mas tenho que ser realista e inteligente o bastante para saber que há a possibilidade de isso não acontecer. Sofri um acidente de carro em 2009, aos 21 anos. Colocaram dez pinos e uma placa de titânio na minha coluna e ainda sofri outras lesões além da medular. Fiquei bastante tempo grogue pelos remédios, e só depois percebi que não sentia as pernas. O apoio dos meus amigos e da minha família, no hospital, foi fundamental. Depois do trauma, vem a negação. A realidade é insuportável. Guardei minha cadeira de rodas, achando que voltaria a andar. Depois de algum tempo fui para o Sarah (Centro de reabilitação) em Brasília. Eu vi tantas pessoas em cadeiras de rodas rindo e até namorando. Naquele hospital, eu levantei a cabeça e vi que a vida ainda vale a pena! E conheci pessoas que apesar das dificuldades carregam um sorriso em seus corações. Comecei a fazer novos amigos, a conhecer outras pessoas que estavam na mesma condição física, e comecei a viver novamente. Hoje estou terminando minha faculdade de Letras/Espanhol na Unimontes (Universidade Estadual de Montes Claros) localizada no norte de Minas Gerais e ano que vem voltarei para a faculdade de Direito, que tive que trancar devido ao acidente citado anteriormente. Descobri que eu posso lutar pelos meus sonhos, que tudo é possível, que a limitação do ser humano está na mente e na alma, que se quisermos ir adiante podemos transpor todas as barreiras. Hoje somos 24 milhões de tetraplégicos e paraplégicos no país ou 14,5% da população, segundo o censo divulgado pelo IBGE em 2000. Ao choque que decorre da perda total ou parcial dos movimentos de pernas, braços e tronco, segue-se a recuperação e a criação de uma nova rotina. O cotidiano, sem dúvida, demanda adaptações em relação à vida anterior. Mas, aos poucos, nós (cadeirantes) voltamos a trabalhar, namorar, ter filhos e, enfim, tocar nossas vidas adiante.
Um grande abraço.
Ana Cláudia


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