Conheça a Cris!

   É com enorme orgulho que hoje posto a história da Cris!
Conheci ela na Feevale onde fazíamos hidroterapia -passamos muito frio juntas hehehe-. Muito meiga, querida e conversadeira, Cris encanta todos que a conhecem..
 Fiquem agora com minha grande amiga linda Cris...


Qual seu nome e sua idade?
Bom o meu nome é Cristina Nunes, tenho 39 anos, quase 40 anos(eu faço em semtembro).
Solteira/ casada/ separada? Já namorou/casou?
   Já fui praticamente casada. Morava sozinha e quando ví ele já estava morando comigo, porém depois do AVC isso mudou, e ele não me procurou mais. Depois disso percebi que nem eu não amava ele mesmo e só tinha um carinho muito grande
Você estuda ou trabalha?
   Com 19 anos comecei a cursar a faculdade de Comunicação Social com habilitação em Relações Públicas, e trabalhava e me sustentava sozinha.
   Hoje não procuro emprego, pq já sou aposentada por invalidez. Sabe quase todo mundo fica feliz com se aposenta, + eu fiquei muito triste, pois se o médico me aposentou por invalidez é pq eu não vou ficar 100% +. Hoje eu fico feliz de ter uma renda!
   Uma dica, para quem é cadeirante aposentado por invalidez como eu, e precisa de ajuda para tarefas diárias, o INSS tem que pagar além da aposentadoria + 25%, é só fazer uma nova pericia para ter este valor a + no Benício.

O que mais gosta de fazer?
   É fazer exercícios(pois não quero atrofiar), ir no PC, olhar filmes(no cinema ou em DVD), ler e ver tv.
   Depois que eu tive o AVC hemorrágico eu li um livro que quero recomendar para todos que tiveram um AVC ou não, a história(verídica) é de uma moça bem jovem que teve um AVC e com muitas seqüelas, ai ela conta as coisas que passou, ela teve o AVC em 94, o nome do livro é SEM ASAS AO AMANHACER...de Luciana Scotti.
Qual situação mais difícil ou constrangedora que você passou ou passa, por ser cadeirante?
  Eu não entendo pq tanto desrespeito com nós cadeirante! As  calçadas não estão adequadas, os meios fio,  shopping sem aceso, lojas não tem cabine provar roupas que cabe a cadeira e um acompanhe, ônibus que não param quando tem um cadeirante na parada, os cinemas quando tem lugar para cadeirante é muito em cima da tela, restaurantes ou lanchonetes precisam improvisar pos nunca tem lugar adequado para nos acomodar...sem falar que os produtos para deficiente físicos são os + caros do mercado...
Em algumas palavras conte sua história:
   A Cris antes do AVC (Acidente Vascular Cerebral) era uma pessoa com uma vida muito corrida. Trabalhava em uma agência de publicidade, era calce, estudava relações públicas na Feevale, era dona-de-casa, tinha um companheiro, tinha muitos amigos (que eu considerava amigos verdadeiros), enfim era como Bombril, mil e uma utilidades. A Cris de 14 anos para cá NÃO se lembra de muitas coisas. A minha vida mudou completamente. Dormi num sábado de noite e acordei mal num domingo de manhã. Lembrei apenas do número da minha irmã Solange. Então foi um mês de hospital, uma semana em coma, sem movimentos, cabeça raspada, cirurgias e mais cirurgias, muitas fisioterapias (feitas até hoje), fonoudiologia, médicos, muitos remédios, internação e depressão, enfim depois de muito sofrimento eu nasci novamente. Hoje, percebi quais são os verdadeiros valores da vida. Minha família (pai, mãe, irmãos, cunhados, sobrinhos, tios e tias, primos, parentes em geral), me deram muito apoio e agradeço muito a eles por isso. Só tenho a dizer que eu amo muito eles. Agradeço também a meus amigos, tanto aqueles que permaneceram comigo (que foram pouquíssimos) como aqueles que fiz durante esses 14 anos.
Muitas pessoas podem pensar que a Cris de antes era um pouco insensível, porém a Cris de antes não tinha tempo ou não arrumava tempo para apreciar as coisas simples da vida. Hoje, numa cadeira de rodas, tenho tempo suficiente para apreciar as coisas belas da vida. Vejo a importância de uma plantinha nascer, da chuva cair, de um raio de sol, etc.
   Percebi que cada pessoa, deficiente ou não, tem seu modo de ser e precisamos respeitá-lo, sem julgá-la, apenas aceitá-la, ou seja, o livro não pode ser julgado pela capa e sim pelo conteúdo. Percebi também, que cada história pode ser interpretada de uma maneira diferente...
    Mas acima de tudo devemos ter fé em Deus. Não sou (fanática), mas acredito que devemos agradecer AQUELE que nos deu o presente mais precioso: a nossa vida!!
Então, meu amigo, cuide bem desse presente e seja muito FELIZ!
 

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