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Kart Adaptado
Muitas vezes nem mesmo um acidente grave consegue afastar um piloto das pistas. Menos de 90 dias depois do terrível acidente do GP da Alemanha, em Nurburgring, em 1976, o austríaco Niki Lauda já estava pilotando sua Ferrari novamente. No kartismo não é diferente. A categoria já tem até um equipamento criado especialmente para paraplégicos, provando que a paixão pelo esporte e a vontade de acelerar não têm limites.
O primeiro modelo brasileiro foi desenvolvido pelo piloto paraplégico William Peetz e era usado em circuitos indoor. No Rio de Janeiro, a equipe Superbus partiu do mesmo projeto e criou um kart de competição para Diego Maia, que perdeu os movimentos das pernas num acidente no Kartódromo de Juiz de Fora, em 1995. Atualmente ele participa do Campeonato Regional da Barra, e corre na categoria Kartsport.
O responsável pela montagem do equipamento carioca é o chefe de equipe e preparador Jorge Eduardo Ferraz. O ponto de partida foi um chassi Mega e as modificações levaram cerca de 15 dias para serem feitas. “Não é complicado, é uma questão de criatividade. As peças são todas adaptadas, dá para fazer tranquilamente na própria oficina”, diz Jorge.
Desde a sua inauguração, o Point Kart Indoor localizado no Rio de Janeiro, mostrou ser uma empresa não só voltada ao entretenimento, como também a trabalhos sociais. No início de 2009, atendendo um pedido de um clube amador, investiu no desenvolvimento de um kart para os portadores de necessidades especiais (cadeirantes), abrindo um espaço que antes não existia.
Voltado para a segurança do portador/piloto, este kart possui: Dois freios a disco nas rodas dianteiras além do já habitual freio na traseira, bancos concha (envolvente), cinto de segurança abdominal, comandos de freio e acelerador no volante, e cintas para prender as pernas.
Com esta iniciativa, muitos sonhos já foram realizados, dentre os quais, destacamos o de uma mãe de 2 filhos que por circunstancias da vida, possui apenas uma perna. Citamos este caso pois proporcionamos a esta mãe, a oportunidade de disputar com seus filhos uma corrida de “igual para igual” sem diferenças, o que até então não era possível em outros esportes, devido a sua limitação.
Em 2006, após ouvir a sugestão de dois amigos deficientes físicos, Domingos Zamora, ou Mingos, como os amigos o chamam, proprietário da equipe Mingo Racing, decidiu “comprar” a idéia, junto com Paulo Polido, advogado e primeiro piloto a disputar o Rally Internacional dos Sertões em um carro adaptado, e criar uma equipe para a disputa das 500 milhas da Granja Viana, prova na qual Felipe Massa, piloto da Ferrari, também participou. “Diante do sucesso da iniciativa, surgiu a possibilidade de organizar uma categoria específica”, disse Domingos.
O primeiro passo foi levar o kart adaptado – acelerador e freios acionados pelas mãos ao invés dos pés -, para a Reatech 2006 (feira de produtos voltada para a reabilitação) e testar a receptividade do público. “Eu queria apresentar uma modalidade de esporte nova, diferente daquelas tradicionais que estamos habituados a ver, como basquete, atletismo, natação e tênis”, explica Zamora. E a iniciativa deu certo. “Em apenas quatro dias de feira, tivemos 125 testes no carro. Um número que não esperávamos”, disse Paulo em entrevista à Folha de Alphaville, na edição de 05/09/2008. Era a senha de que haveria bastante aceitação. “Busquei patrocínio para colocar a idéia de pé, afinal, o kartismo não é barato, e a Dolly e a Tecper me apoiaram”, falou Domingos. E em 2008, cerca de um ano e meio após os primeiros testes, aconteceu o I Campeonato Paulista de Parakart, disputado por dez pilotos, no kartódromo da Granja Viana.
Fonte:http://networkedblogs.com/CyEZg
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