Conheça Giane...

Chamo-me Giane A. E. Ronchi, mas também me chamam de Baixinha e Baixa. Tenho 46 anos, 75 cm de altura e 30kg, estou muito fora do meu peso normal que seria 26 kg. Este é um dos motivos de usar a cadeira.

Eu nasci com um tipo de nanismo raro, segundo a médica geneticista, ela falou que tenho nanismo distrófico. Só não sei de onde herdei, pois, a família da minha mãe não tinha ninguém e a do meu pai a mãe disse que não conheceu. Mais faz poucos anos que soube que era Anã.

A minha mãe sempre me falou que ela tinha caído um tombo quando estava com oito meses de gestação e quase me abortou por causa disso, pensava que foi devido ao tombo eu ser assim!

Fui 23 anos casada com um homem que preencheu minha vida de ALEGRIA, FELICIDADE, e AMOR. Ele tinha o mesmo tamanho que eu.

Só não tivemos filhos devido ao meu tamanho, e os médicos disseram que era uma gravidez de risco. Ele fez a vasectomia para eu não ter perigo de engravidar.

O meu esposo tinha uma síndrome genética chamada de: mucopolissacaridose do tipo quatro ou (MPS) mais conhecida. E esta síndrome atacava os órgãos internos e a parte óssea, que vai perdendo as forças e é degenerativa. Já estava bem debilitado e precisava totalmente de mim para tudo e eu com muito carinho e amor cuidei dele até quando ele se foi no dia 06/04/2012, com 49 anos.

Moro em Cocal do sul SC. E aqui falta muita coisa para um cadeirante, mais já estou vendo modificações em vários lugares onde eu circulo com a minha cadeira. Exemplos: calçadas, prédios comerciais, com rampas já tem agora.

E meu ônibus que a prefeitura comprou este ano já é adaptado para três cadeirantes. Só falta o ônibus de linha daqui ser adaptado.

Hoje me encontro cursando a faculdade. E já estou indo para a sétima fase, de artes visuais na UNEC em Criciúma SC. E este ano pretendo trabalhar. Graças a Deus! Nunca fui descriminada ou tratada diferente por ser cadeirante e anã. Acho que é por eu ser simpática com todos que acabam se desarmando em fazer alguma coisa de mal para mim.
Quando trabalhei não tinha ainda a cadeira de rodas, tinha um triciclo, e meu trabalho era dar aula de pintura nos clube de mães. E eu ficava encima da mesa para dar as alas. Era uma festa para as alunas!Neste tempo era solteira. E agora não sei como vai ser, pois ainda estou procurando!

No começo foi difícil eu aceitar a cadeira, por que tinha um pré-conceito. Achava que quem me olhasse em uma cadeira de rodas me olharia com pena! E isso eu não aceitava de jeito nem um! Só mudei quando meu marido teve que usar uma cadeira motorizada é que vi como (ela) me daria à liberdade que tanto esperava!

Agora não tenho mais pré-conceito da cadeira eu não dou bola também para o que estão pensando de estar usando uma, o importante é que estou feliz com a minha liberdade de ir e vir!

A cadeira que eu usava, era do meu esposo daí revezávamos, quando eu preciso sair ele me emprestava e ficava de castigo na cama me esperando voltar! Depois é que ganhei uma também.

O que me dá forçar pra não desanimar é em primeiro lugar é DEUS, por que sem ELE eu nem levantaria da cama todos os dias. Eu tenho muita fé e vontade de viver e ser feliz e só consigo por que DEUS meda a força para cada dia.

Também os amigos e a família ajuda muito a ti dar aquele empurram quando precisa! Gosto de tudo um pouco: de pintar, costurar, estudar, cuidar da casa e do meu PC fico oras na frente dele fazendo de tudo um pouco!

Adoro baladas, sempre vou quando tenho com quem ir, me divirto muito.

Adoro passear viajar aproveitar o que estiver no meu limite como pessoa e cadeirante, sei que não posso abusar da saúde!

Eu amava e ainda amo meu marido que é difícil de esquecer. Amo a vida, e tudo o que DEUS me oferece de bom!

Não gosto de tudo que faz mal a nós, preconceito a descriminação, a falta de amparo, para as pessoas que precisam de ajuda e ninguém faz nada.
Apesar de tudo sou muito feliz e realizada, já alcancei vários sonhos que muitos diziam ser impossível devido a minha deficiência, mas eu consegui.

Nunca deixei ninguém me botar limites dizendo "tu não pode por ser pequena!". Eu é que sei até onde posso ir e fazer o que quero! Só desisto depois de tentar varias vezes!

Adoro comprar, e compro de tudo o que meu salário alcançar! Confesso ser uma compradora compassiva, mais já estou me controlando, entro na loja olho tudo e resisto não compro nada.
Me acho muito bonita! Não tenho vergonha do meu corpo e me aceito como sou. Também sou vaidosa e gosto de fazer a minhas roupas eu mesma.

Um dos meus sonhos é fazer um cruzeiro, sei que um dia vou alcança-lo, pois nunca desisto!

E você amigo leitor, também nunca deve desanimar, se o obstáculo é grande para pula-lo lembre-se sempre, você esta de cadeira de rodas de a volta pelo lado dele! E nunca diga eu não posso sem tentar!

Agora quero deixar um recados para a empresa São José, que faz linha que passa em Cocal do Sul. Coloca logo o ônibus adaptado para os cadeirantes, não aguento mais ver os cobradores e motoristas passarem trabalho para botar a minha cadeira que pesa sessenta e cinco quilos quando não vem com as minhas compras!