Governo americano libera venda de aparelho parecido com o exoesqueleto


São Paulo – Depois da abertura da Copa, no último dia 12, com o chute simbólico de Juliano Pinto, com ajuda do exoesqueleto desenvolvido pelo cientista brasileiro Miguel Nicolelis, esse tipo de dispositivo volta a ser notícia. Desta vez, com a aprovação, pelo  Food and Drug Administration (FDA), espécie de Anvisa do governo dos Estados Unidos, da venda de um produto similar. Trata-se do ReWalk, desenvolvido pela empresa israelense Argo Medical Technologies.
O aparelho consiste em uma estrutura motorizada que se ajusta às pernas e sustenta o tronco. E com a ajuda de sensores que permitem inclinação e a movimentação de articulações do quadril, joelhos e tornozelos. Para andar, a pessoa conta com ajuda de  muletas, que proporcionam estabilidade adicional para executar os movimentos. De acordo com o fabricante, a ativação é feita a partir de um controle remoto sem fio, colocado no pulso como um relógio. O comando vem de um computador que o usuário carrega dentro de uma mochila. O custo unitário é de US$ 85 mil.
O ReWalk é muito semelhante ao projeto desenvolvido na Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos, sob coordenação do professor de engenharia mecânica Homayoon Kazerooni. "O ponto-chave do exoesqueleto que pesquiso é permitir independência à pessoa com paralisia, para que ela possa andar, subir num ônibus, sentar e se levantar no escritório, no restaurante, preparar seus alimentos." Mesmo trazendo toda essa melhoria na vida da pessoa com distúrbio de mobilidade, segundo ele, o dispositivo pode ter um desenho simples, discreto e ser leve.
Kazerooni, no entanto, não considera o dispositivo criado por Miguel Nicolelis e seus colaboradores como um exoesqueleto. Isso porque, conforme explica, o protótipo ainda é complexo, necessita da ajuda de outras pessoas e ainda está distante de dar ao usuário a independência que projetos como o seu e o ReWalk já podem proporcionar.
“Espero que esse dispositivo ajude os pesquisadores a verificar, na prática, as suas teorias”, disse à RBA o professor, que considera a técnica de decodificação de sinais cerebrais coletados como a principal contribuição da tecnologia desenvolvida pelo brasileiro.

Em entrevista à Revista do Brasil, a especialista em Medicina de Reabilitação da Universidade de Kentucky, nos Estados Unidos, Lumy Sawaki, destacou que há diversas pesquisas com exoesqueletos em todo o mundo. Porém, a tecnologia pesquisada pelo brasileiro está na vanguarda ao permitir, por meio de sensores no pé e no braço, que a pessoa com paralisia possa voltar a ter as sensações que tinha antes da lesão medular na qual foram perdidos o movimento e a sensibilidade.
"Isso abre uma série de possibilidades em pesquisa. De todo modo, é preciso lembrar que o exoesqueleto do projeto Andar de Novo é uma tecnologia como a do telefone celular, por exemplo. As inovações e avanços podem e devem acontecer para melhor atender às necessidades dos pacientes. Acho que todos da equipe entendemos que há vários desafios pela frente, como reduzir o peso e as atuais dimensões do protótipo. E, claro, o seu custo", disse.
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