Com movimento das mãos reduzido, artesão fatura com luminárias de PVC







O cadeirante José Costa, mais conhecido como Zéh, descobriu no artesanato uma forma de melhorar a renda da família, que mora em Assis Chateaubriand, no oeste do Paraná. Aos 41 anos, ele convive desde cedo com uma deficiência física. “Tive poliomielite aos oito meses e nunca andei, tenho bastantes limitações na minha mão direita e nos dois braços”, conta.

Há pouco mais de seis meses, Zéh começou a criar em casa luminárias com canos de PVC. “Fui pesquisando e vendo vídeos na internet, resolvi começar a fazer e não parei mais”, lembra. O trabalho é divulgado na página pessoal dele no Facebook.

O artesão conta que, por causa de sua deficiência, enfrenta alguns obstáculos. Nada, no entanto, que não seja superado com a ajuda da família. “Encontro dificuldades para cortar o cano e para lixar, mas minha mãe me ajuda, tenho três sobrinhas que também me ajudam quando fica difícil”, diz. “Eu não vejo como um problema porque eu sou deficiente desde pequeno, para mim é tudo normal”, completa.

Mas o trabalho, apesar de parecer delicado quando se observa a peça finalizada, é pesado e requer certo esforço. “Pego o cano bruto, corto no tamanho exato, imprimo o desenho que o cliente escolheu e faço o desenho no cano. Depois vem a fase da usinagem: furando, recortando, trabalhando a peça com a micro-retífica, e após isso vou fazer o lixamento, acabamento e a instalação elétrica”, explica o artesão.

Zéh conta que começou vendendo as luminárias pela vizinhança. Em seguida, passou a divulgar o trabalho pela rede social e o resultado veio de imediato – as peças já foram enviadas para cidades de Santa Catarina, São Paulo e Rio Grande do Sul. Além das luminárias, o artesão também confecciona suporte para cuias de chimarrão e garrafas térmicas.

Cada peça é vendida de R$ 50 a R$ 70, dependendo da escolha do cliente, que pode optar por temas religiosos, infantis, esportivos, entre outros. De acordo com o artesão, por mês, ele tem um lucro médio de R$ 1 mil. “Até hoje eu não consegui me aposentar, então com certeza é um dinheiro que ajuda bastante em casa”, diz.

Além do dinheiro, garante o artesão, há outra gratificação mais valiosa. “Quando entrego a peça e vejo o sorriso é muito gratificante. Ver a satisfação do cliente é muito compensador”, comenta.
G1
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