Entrevistas
Fernanda H Oliveira
Meu nome é Fernanda tenho 18 anos, moro numa cidade no interior do Rio Grande do Sul, solteira (por enquanto) e estudante.
Sou a filha mais velha, nasci de parto normal, como meu pai diz "tinha tudo pra ser normal". Com uns 8 pra 9 meses de vida minha mãe começou a desconfiar de que eu tava atrasada, não segurava a cabeça, não sentava, ai ela começou com a luta, me levar em vários médicos, lembro bem que teve um que disse que eu não chegaria até os 8 anos de idade, já se passou 10 anos e hoje eu aproveito minha vida ao máximo... mas enfim, primeiro me diagnosticaram com distrofia muscular progressiva tipo II, mas com o tempo os médicos vinham percebendo que meu caso era estável, e se caso eu tivesse distrofia, eu deveria piorar com os anos, mas não, eu me mantive estável fomos a Curitiba em uma bateria de exames onde fiz um novo DNA e ai sim descobriram que eu tenho MIOPATIA CONGÊNITA doença rara que afeta os músculos só que até hoje nunca descobriram o tipo, é uma doença que não tem cura e nem tratamento, o que eu posso fazer é continuar com a fisioterapia pra não atrofiar membros superior e inferiores e viver =D
Quando eu tinha 12 anos minha mãe engravidou do meu irmão (que hoje tem 7 anos) e com o tempo ela foi descobrindo nele o mesmo problema que descobriu em mim a 18 anos atrás. Meu irmão nasceu com um grau de miopatia congênita mais leve, até hoje em dia ele caminha com dificuldade por causa da falta de força, converso muito com ele pois sei que um dia ele vai necessitar muito da cadeira de rodas, até pro próprio bem estar, graças a Deus ele apesar da pouca idade tem consciência disso...
Apesar de tudo, somos MUITO FELIZES, acredito que Deus sabe o que faz, o resto é deixar nas mãos de Deus que ele é o único que sabe da gente.
Minha cidade não é totalmente adaptada, mas graças a Deus com o passar dos anos as coisas tem melhorado muito, chegaram muitos ônibus adaptados, restaurantes e baladas parece que seus donos estão se conscientizando de que cadeirantes podem ter uma vida social normal igual a de qualquer andante.
Meu passa tempo preferido é ir ao cinema com amigas, pizzarias, barezinhos, até mesmo baladas, Gosto muito de conhecer gente nova (apesar da timidez, é sempre bom).
Dentro das minhas limitações faço o que qualquer outra pessoa faria, adapto as coisas do meu jeito... eu sempre pensando que as coisas boas da vida vão chegar independente das dificuldades, e quando bate aqueles dias de "deprê", me isolo um pouco, ouço música que me deixam no fundo da lama, mas me conhecendo do jeito que me conheço, no dia seguinte já to sorrindo, cheia de esperanças de que as coisas melhoram.
Minha amiga diz assim "você é eu em uma versão sentada", então o fato de eu ser cadeirante pra mim é normal.
O mais importante de tudo é que eu ME AMO, me olho no espelho e gosto do que eu vejo (nem sempre), adoro meu cabelo, meus olhos, o formato do meu rosto, meu jeito mesmo gordinho, principalmente pra nós cadeirantes o amor próprio é tudo, acreditar no nosso potencial, na nossa capacidade, principalmente no amor. (mesmo que seja difícil).
Eu amo amar as pessoas que estão ao meu redor, amo batata frita, amo minha família, meus amigos, amo a dignidade, a acessibilidade... amo chegar num lugar e ser bem recebida, amo ser tratada com igualdade perante a meus amigos andantes... isso é a melhor coisa do mundo.
Mas odeio quando falam que não sou capaz, odeio preconceito, odeio quando passa algum garoto e alguma colega andante diz "aquele garoto não para de me olhar", por que ele não poderia ter olhado pra mim e sim pra ela? odeio saber que num mundo tão avançado como o que vivemos ainda possa existir pessoas que se apegam a pequenos detalhes.
Minha maior mania e meu maior defeito é o pessimismo, pensar que as coisas vão dar erradas antes mesmo de acontecerem e de arriscar, perco ótimas chances de ser feliz por medo de dar errado.
Quero dizer que apesar de tudo que nós cadeirantes já tenhamos passados algum dia (constrangimentos, inacessibilidade, entre outros), o mais importante de tudo é que somos vitoriosos e as pessoas que estão do nosso lado é por amor, e por que nos aceitam da maneira que Deus nos deu com nossas limitações. Desistir NUNCA, coisas boas acontecem pra quem é merecedor
"Livrai-me de tudo que me trava o riso" esse é o espírito =D
O mais importante de tudo é que eu ME AMO, me olho no espelho e gosto do que eu vejo (nem sempre), adoro meu cabelo, meus olhos, o formato do meu rosto, meu jeito mesmo gordinho, principalmente pra nós cadeirantes o amor próprio é tudo, acreditar no nosso potencial, na nossa capacidade, principalmente no amor. (mesmo que seja difícil).
Eu amo amar as pessoas que estão ao meu redor, amo batata frita, amo minha família, meus amigos, amo a dignidade, a acessibilidade... amo chegar num lugar e ser bem recebida, amo ser tratada com igualdade perante a meus amigos andantes... isso é a melhor coisa do mundo.
Mas odeio quando falam que não sou capaz, odeio preconceito, odeio quando passa algum garoto e alguma colega andante diz "aquele garoto não para de me olhar", por que ele não poderia ter olhado pra mim e sim pra ela? odeio saber que num mundo tão avançado como o que vivemos ainda possa existir pessoas que se apegam a pequenos detalhes.
Minha maior mania e meu maior defeito é o pessimismo, pensar que as coisas vão dar erradas antes mesmo de acontecerem e de arriscar, perco ótimas chances de ser feliz por medo de dar errado.
Quero dizer que apesar de tudo que nós cadeirantes já tenhamos passados algum dia (constrangimentos, inacessibilidade, entre outros), o mais importante de tudo é que somos vitoriosos e as pessoas que estão do nosso lado é por amor, e por que nos aceitam da maneira que Deus nos deu com nossas limitações. Desistir NUNCA, coisas boas acontecem pra quem é merecedor
"Livrai-me de tudo que me trava o riso" esse é o espírito =D
Comente