Faty Oliveira
Um novo recomeço - Faty Oliveira
Antes de começar esse texto preciso me desculpar com
vocês, pois ausentei por mais tempo do que tinha imaginado. Infelizmente, não
consegui conciliar o trabalho com as postagens e acabei me enrolando. Enfim,
tentarei “retomar” com minhas prosas aqui, mesmo assim já aviso que não serão
na mesma frequência que antes. Espero que entendam. :)
Finalmente: os 30!
Nove e meia da
manhã. Tínhamos acabado de tomar o café e mesmo tendo como tradição resenhar
sobre a vida, seriados e afins, só conseguíamos falar sobre a festa no dia
anterior. Amigos que vieram, comentários engraçados, comidas gostosas e
promessas de saídas pautavam nossas falas. Apesar do cansaço anunciado pelo meu
corpo, sentia-me leve e feliz, afinal tudo saiu como havia planejado e agora
podia aproveitar aquela “ressaquinha” com meu namorado.
Pedi a ele que
enchesse minha xícara de café e enquanto o líquido negro lentamente assumia a
forma redonda e azulada do recipiente, sua pergunta me atravessou: “Qual é a
sensação de fazer 30, amor?”
Sorri e pus-me a explicar
o significado daquela idade pra mim. Já li muitos textos sobre a “Mulher
Balzaquiana” bem como várias listas de “Como se comportam as mulheres de 30” e
apesar de muita coisa não “bater” pra mim, outras foram como uma luva. Entretanto,
chegar nessa idade teria outro sabor na minha história e foi o que expliquei
pra ele.
A grande verdade é
que nunca imaginei que chegaria aos 30, aliás essa idade pra mim era bem
diferente do que tem sido.
Vivi anos achando
que não passaria da adolescência (já contei essa história, né? Se você não lembra, clique aqui...) e depois que
consegui, quer dizer, continuar vivendo após esse período não sabia o que
esperar desde então.
Serei casada um dia? Terei filhos? Emprego? Como será
o mundo? Terei forças pra fazer as coisas?
Milhares de perguntas
a espera do tempo. O mais interessante da espera é que não percebemos que as
respostas são construídas com os dias. A cada minuto forjamos um pedaço daquilo
que ansiamos, mas que ainda não estamos
prontos pra receber.
As coisas são
diferentes agora. As responsabilidades mudaram e as vontades principalmente. As
prioridades ficaram mais específicas, os sonhos ganham dimensão e os medos
diminuem. A tristeza passa a ter dia e horário pra acabar, a alegria vira gota
e a felicidade uma dádiva. Pessimismo virou pecado e Otimismo um exercício. Sonhar
é uma necessidade e planejar é palavra de ordem.
Assim, levando os
dias com a leveza baiana que assumi, sou hoje aos 30 anos mais do que imaginei.
Sinto-me feliz não somente por ter conquistado grandes coisas e acreditar ser
possível, porém resistir sob duras penas a essa pequena-longa espera.
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