Entrevistas
Conheça Robertinha....
O diagnóstico foi fácil, já que tenho um irmão mais velho que já havia sido diagnosticado com essa doença.
Quando descobriram a doença do meu irmão, os médicos da UNICAMP disseram que se o próximo filho fosse menina, não teria problema nenhum. Não foi o que aconteceu.. rs
Quando descobriram a doença do meu irmão, os médicos da UNICAMP disseram que se o próximo filho fosse menina, não teria problema nenhum. Não foi o que aconteceu.. rs
Bom, sempre vivi a minha vida da melhor maneira possível, a Amiotrofia nunca foi um problema de verdade pra mim, pois eu já havia me acostumado a viver assim. A minha doença se estabilizou e eu continuei andando (com um pouco de dificuldade) até os 11 pra 12 anos. Nessa época aconteceram várias coisas na minha vida e uma delas foi a minha mudança de cidade. Não sei se foi apenas coincidência, mas isso me fez piorar muito! Passei a andar com mais dificuldade ainda e apenas com o apoio de alguém e foi assim que fui pra minha escola nova todos os dias, me apoiando no meu pai. Era horrível, pois eu não tinha liberdade nenhuma na escola, eu ficava apenas na sala de aula e não saía nem pro intervalo. Também não fui muito feliz nessa escola, além dos professores e diretores, os alunos eram muito preconceituosos, a ponto de eu ter que escutar perguntas do tipo: "Sua doença é contagiosa"?
Depois de 2 anos estudando nessa escola, senti que era hora de mudar. Comecei aceitando a usar a tão temida cadeira de rodas, que eu sinceramente não queria de maneira alguma, mas que só levou uma semana pra me acostumar. É muito fácil acostumar com o que nos dá liberdade!! E é claro, mudei de escola!!
Apesar de ainda sofrer preconceitos, fui muito mais feliz nessa escola nova. Fiz ótimas amizades, que infelizmente hoje não tenho tanto contato. A vida tem dessas coisas, manda cada um pra um lado e a gente acaba se distanciando.
Me formei e hoje estou no último ano da faculdade de Administração, sou bancária e blogueira de beleza. Sim, achei que seria legal incentivar as meninas que assim como eu, também são cadeirantes. E foi aí que surgiu o www.makesobrerodas.com.br
Hoje em dia não vou mais a UNICAMP, acho que cansei de tanta gente querendo apenas me estudar. Não existe cura para a Amiotrofia espinhal, pelo menos não por enquanto. Com a medicina avançada como está, eu acredito sim que um dia isso irá ter cura, pode não ser na minha geração, mas sei que um dia vai ter.
Posso imaginar como foi difícil para os meus pais passarem por isso tudo com dois filhos, mas acho que Deus mandou as pessoas certas para serem meus pais. Eles são maravilhosos e sempre me apoiaram em tudo.
Já passei por muita coisa nessa vida ( e olha que tenho apenas 23 aninhos), mas aprendi que ser cadeirante não me faz ser menos que os "andantes" e aprendi a não desistir nunca dos meus sonhos, por mais difícil que eles pareçam ser.
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