Conheça Adriano...


 Me chamo Adriano, tenho 22 anos e moro em Belém. Quando eu tinha 18 anos, cheguei em casa de um dia de trabalho e a noite comecei a ter fortes dores na lombar. Mal consegui dormir naquela noite e no outro dia procurei um posto de saúde onde me aplicaram uma injeção que aliviou um pouco da dor. Com isso pude ir trabalhar no dia seguinte, mas a noite as dores voltaram e dessa vez eram insuportáveis.

Acabei pegando um atestado médico pra ficar em casa, eu não tinha realmente condições de trabalhar. Fui piorando até que não consegui mais caminhar, fiz exames e numa ressonância magnética foi que os médicos descobriram que tudo isso, era devido a uma bactéria na medula que eu podia ter pego em qualquer lugar.

No início eu não pensava que ia ficar na cadeira de rodas, mesmo sem forças nas pernas, eu acreditava que ia tomar algum medicamento e ia voltar a andar, que era uma questão de tempo apenas.

Mais ou menos 1 ano depois é que a "ficha caiu", fiquei muito mal naquela época, cheguei ao fundo do poço literalmente. Mesmo que eu não gostava de usar a cadeira de rodas, eu fui obrigado a usá-la porque era a único jeito de eu voltar a ter uma vida normal, ter a minha independência de volta, ir pra onde quisesse. Com o tempo percebi que a cadeira não era minha inimiga e que só ela ia poder a me ajudar a fazer tudo isso.

Logo no começo eu não sabia nem me tocar na cadeira, até porque a cadeira não era muito boa não. Minha mãe, que sempre ficou do meu lado, começou a me levar numa academia onde voltei a fazer exercício físico pra melhorar meu condicionamento e consegui me empurrar sozinho. Me ajudou bastante isso!

Eu sempre gostei de esporte e depois de um tempo eu lembrei de um time de basquete de cadeira de rodas que eu já tinha visto aqui, entrei em contato com Rildo e ele me explicou direitinho como funcionava, até que fui lá conhecer.

Foi muito importante pra mim conhecer equipe "All Star Rodas",   lá além de conhecer uma galera que vive esse "mesmo mundo" do que eu, também aos poucos fui recebendo algumas dicas e aprendendo a conseguir a andar pela cidade sozinho, descer degraus, andar de ônibus... consegui a me adaptar na cadeira de rodas.

Foi difícil e um pouco demorado pra eu conseguir dar a volta por cima. Mas, Deus me ajudou muito, minha mãe, minha família, o basquete e a família All Star Rodas também. Sei que minha atitude de não desistir contou muito, mas todo esse apoio contou também.

Ser cadeirante pode até ser um pouco difícil, mas tem suas vantagens... Hoje eu não preciso esperar em fila, tenho espaço reservado no ônibus (ás vezes), ganha desconto no cinema e geralmente entro de graça nos jogos de futebol, nos shows...

Hoje consigo perceber que não importa se hoje a gente vive na cadeira de rodas, a gente ainda pode fazer tudo...principalmente amor hehe.... Deus dá as piores batalhas pros melhores soldados e não podemos desperdiçar a nossa chance de ser feliz aqui na terra, e isso é possível pra gente, sim!


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