A mídia aposta no que a sociedade gosta de ver!

 

Nessa semana foi divulgada uma foto da campanha #SomosTodosParalímpicos, onde  o anúncio traz Cléo na pele Bruna Alexandre, paratleta do tênis de mesa, e Paulo no corpo de Renato Leite, da categoria vôlei sentado.

Mas, a campanha não foi bem sucedida e acabou recebendo uma "chuva de crítica". 

O que muitos alegam é que poderia ter sido usado alguma pessoa com deficiência de verdade para representar, não sendo necessário o uso do photoshop para fazer de conta que alguém tem uma deficiência. Algumas pessoas com deficiência, de certa forma,  se sentiram ofendidas e disseram que não se sentem representadas de verdade.

Críticas e mais críticas... Mas quero te convidar para refletir e pensar de quem é a culpa de tudo isso.

Pois bem, todos nós sabemos que o principal objetivo da mídia é a visibilidade. Quanto mais acessos, melhor!

Infelizmente, os atores globais chamam muito mais atenção do que alguém com deficiência, por serem mais conhecidos. Faça um teste e pergunte para alguém se conhece o Daniel Dias (nadador paralímpico), ou se conhece a Paola Antinini (a musa dos Jogos Paralímpicos)... Nem mesmo algumas pessoas com deficiência os conhecem!

A questão é que a mídia aposta no que -parte- da sociedade quer ver. E a culpa não é da campanha, tão pouco dos atores. A culpa é da sociedade que não apoia em nada a nossa causa, que acha ruim quando o seu filho recebe um novo coleguinha com deficiência, que reclama da demora do cadeirante subir no ônibus, que estaciona na vaga reservada de estacionamento, que tira o seu filho de perto de uma pessoa com deficiência, que finge ser "amigo dos Cadeirantes" só porque acredita que por tá comprando uma rifa já tá ajudando...

É claro que não podemos generalizar, existem muitas pessoas que realmente apóiam a nossa causa. As coisas estão melhorando pra gente, até discussões como essas colaboram com isso. Mas, não vejo a Cleo, nem o Paulinho, como vilões da história. Eles só fazem parte da mídia e do que o povo "aceita" ver...É triste, mas é a realidade!
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