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Quando fui convidada pra escrever este texto, pensei logo em discutir a intersecção entre machismo e capacitismo.
Só para seguirmos juntes: machismo é a idéia de que homens são superiores às mulheres e capacitismo é a idéia de que pessoas sem deficiência são superiores às pessoas com deficiência, em qualquer aspecto. Dito isso, vamos seguir.

Uma outra prática machista que feministas vem apontando refere - se ao fato de homens tratarem mulheres como incapazes de entender o óbvio, explicando - lhes coisas simples, sempre colocando em cheque sua capacidade de compreensão. Percebo que isso também é comum entre pessoas sem deficiência em relação a pessoas com deficiência. Não raro as pessoas sem deficiência perguntam coisas sobre mim a quem está me acompanhando, como se duvidasse da minha capacidade de compreensão. Ou então falam com voz infantilizada.
Uma reivindicação feminista que demorei ver sentido foi em relação à objetificação do corpo da mulher, demorei compreender qual o problema disso porque só fui desejada por um homem por volta dos meus 20 anos, no começo me agradava, afinal eu nunca havia passado por essa experiência antes, mas depois de um tempo cansa e irrita. É cansativo que os caras não se interessem pelo que você estuda ou trabalha, que não desenvolvam um papo, mas que peçam foto o tempo todo.
Isso foi ficando mais evidente a medida que fui conhecendo o universo devotee (sei que alguém já escreveu sobre isso no blog, então corre lá pra conhecer melhor). Muita gente concentra suas energias pra discutir se o devoteismo é feio ou bonito, adequado ou inadequado, acredito que o debate útil seja: como combater o machismo do meio devotee? PS: o relacionamento com devotee não é a única possibilidade para as pessoas com deficiência. O vies heteronormativo não significa que não existam pessoas com deficiência LGBTIQ
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