Curiosidades
Atleta paralímpica se suicida e outras duas são afastadas por suposto abuso sexual contra companheira de time
Lia Martins em ação contra a Argentina durante os Jogos Paralímpicos Rio 2016 (Foto: André Durão) |
A Confederação Brasileira de Basquete em Cadeira de Rodas (CBBC) afastou três atletas com passagens pela seleção brasileira - Lia Martins, Denise Eusébio e Geisa Vieira - por terem cometido um suposto abuso sexual contra uma de suas companheiras de time. O incidente aconteceu em fevereiro de 2017, mas somente neste ano a vítima relatou o caso. A sanção foi definida em ofício da confederação assinado no dia 4 de maio pelo presidente da entidade, Valdir Soares de Moura, ao qual o GloboEsporte.com teve acesso.
Lia e Geisa disputaram a Paralimpíada do Rio, em 2016. Procurado pelo GloboEsporte.com, o presidente da CBBC disse que a sanção está mantida "à espera do desenrolar das apurações". No documento, a confederação também anunciou que elas estavam fora do período de treinos com a seleção para o Mundial da Alemanha, que será realizado em agosto. Segundo Moura, a depender do resultado de investigações elas "poderão ou não voltar a defender a seleção" no futuro.
O caso aconteceu após um treino no alojamento da equipe Gladiadoras/Gaadin (Grupo de Ajuda dos Amigos Deficientes de Indaiatuba), baseado na cidade de Indaiatuba, no interior de São Paulo. Segundo a vítima, que prefere não se identificar neste momento, as três atletas afastadas pela CBBC - Lia, Geisa e Denise - usaram um pênis de borracha para abusá-la sexualmente. Ela teria sido retirada de sua cadeira de rodas contra a sua vontade e, já no chão, teve suas roupas íntimas abaixadas à força.
A coordenadora do time, Gracielle Silva, também aparece segurando a vítima no chão em fotos que circularam em grupos de Whatsapp e às quais a reportagem teve acesso. Gracielle se suicidou no último dia 29 de maio.
- Foi uma brincadeira de mau gosto e agora vai destruir a minha vida - disse Lia sobre o episódio que ocorreu dentro do alojamento do clube.
Lia é o maior nome da modalidade no Brasil. Participou das últimas três edições das Paralímpiadas - Pequim 2008, Londres 2012 e Rio 2016, onde a seleção terminou em 7º lugar, melhor participação da história. Vencedora do Prêmio Brasil Paralímpico em 2011, 2012 e 2015, a jogadora já foi campeã sul-americana, das Américas e medalha de bronze nos Parapans de Guadalajara e Toronto. Segundo Lia, a ideia da “brincadeira” teria partido dela, e surgiu a partir de uma conversa amistosa entre algumas jogadoras sobre o relacionamento sexual entre duas mulheres.
- Foi uma brincadeira de mau gosto e agora vai destruir a minha vida - disse Lia sobre o episódio que ocorreu dentro do alojamento do clube.
Lia é o maior nome da modalidade no Brasil. Participou das últimas três edições das Paralímpiadas - Pequim 2008, Londres 2012 e Rio 2016, onde a seleção terminou em 7º lugar, melhor participação da história. Vencedora do Prêmio Brasil Paralímpico em 2011, 2012 e 2015, a jogadora já foi campeã sul-americana, das Américas e medalha de bronze nos Parapans de Guadalajara e Toronto. Segundo Lia, a ideia da “brincadeira” teria partido dela, e surgiu a partir de uma conversa amistosa entre algumas jogadoras sobre o relacionamento sexual entre duas mulheres.
- A gente sempre falava essas besteiras e dávamos risadas. Mas ela (a vítima) dizia que não precisava de pinto de borracha nas suas relações. O objeto é meu, e eu não tive a intenção de machucá-la - explicou.
O presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Mizael Conrado, tomou conhecimento dos fatos no início do mês de maio. E lamentou o caso.
- Isso é um caso que entristece o movimento paralímpico. O CPB tem um código de conduta que repele esse tipo de comportamento, estabelece regras e pune. A confederação, que é filiada ao comitê, já afastou as atletas por tempo indeterminado e nós temos total interesse na finalização desse caso com a punição dos culpados, de modo que isso jamais se repita dentro do esporte paralímpico. Eu acho que se for provada a culpa das atletas, a punição tem de ser exemplar, e elas seriam banidas do esporte - afirmou o dirigente.
A vítima, que começou a jogar basquete em cadeira de rodas há quatro anos, abandonou a equipe de Indaiatuba somente neste ano, e não prestou queixa por temor de represália. A jogadora iria até uma delegacia de São Paulo fazer a denúncia há três semanas, no entanto, na véspera sofreu um problema de saúde e, desde então, tem se recuperado. Ela passou a ser orientada por uma advogada criminalista para saber que tipo de posição tomar a partir de agora. Na próxima semana, deve passar por um exame psicológico a pedido da própria advogada e, se tudo correr satisfatoriamente, procurar as autoridades.
Veja nota da Confederação Brasileira de Cadeira de Rodas:
Comunicado de afastamento temporário de atletas
A CBBC, através de sua Diretoria Executiva de Comissão Técnica da Seleção Brasileira Feminina de Basquetebol em Cadeira de Rodas, depois de recebermos denúncia envolvendo as atletas da seleção brasileira Lia Martins, Denise Eusébio e Geisa Vieira que foram convocadas para a 2ª etapa de treinamentos preparatórios para o mundial da Alemanha, em reunião decidimos pelo afastamento das atletas mencionadas, com o objetivo de resguardá-las e de garantir o direito de defesa, assegurando o tempo para esclarecimento e apuração dos fatos, dependendo do resultado poderão ou não voltar a defender nossa seleção.
Diante do exposto, vimos informá-los da nossa decisão e fazemos votos de que tudo se esclareça da melhor forma.
Valdir Soares de Moura
Presidente
O presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Mizael Conrado, tomou conhecimento dos fatos no início do mês de maio. E lamentou o caso.
- Isso é um caso que entristece o movimento paralímpico. O CPB tem um código de conduta que repele esse tipo de comportamento, estabelece regras e pune. A confederação, que é filiada ao comitê, já afastou as atletas por tempo indeterminado e nós temos total interesse na finalização desse caso com a punição dos culpados, de modo que isso jamais se repita dentro do esporte paralímpico. Eu acho que se for provada a culpa das atletas, a punição tem de ser exemplar, e elas seriam banidas do esporte - afirmou o dirigente.
A vítima, que começou a jogar basquete em cadeira de rodas há quatro anos, abandonou a equipe de Indaiatuba somente neste ano, e não prestou queixa por temor de represália. A jogadora iria até uma delegacia de São Paulo fazer a denúncia há três semanas, no entanto, na véspera sofreu um problema de saúde e, desde então, tem se recuperado. Ela passou a ser orientada por uma advogada criminalista para saber que tipo de posição tomar a partir de agora. Na próxima semana, deve passar por um exame psicológico a pedido da própria advogada e, se tudo correr satisfatoriamente, procurar as autoridades.
Veja nota da Confederação Brasileira de Cadeira de Rodas:
Comunicado de afastamento temporário de atletas
A CBBC, através de sua Diretoria Executiva de Comissão Técnica da Seleção Brasileira Feminina de Basquetebol em Cadeira de Rodas, depois de recebermos denúncia envolvendo as atletas da seleção brasileira Lia Martins, Denise Eusébio e Geisa Vieira que foram convocadas para a 2ª etapa de treinamentos preparatórios para o mundial da Alemanha, em reunião decidimos pelo afastamento das atletas mencionadas, com o objetivo de resguardá-las e de garantir o direito de defesa, assegurando o tempo para esclarecimento e apuração dos fatos, dependendo do resultado poderão ou não voltar a defender nossa seleção.
Diante do exposto, vimos informá-los da nossa decisão e fazemos votos de que tudo se esclareça da melhor forma.
Valdir Soares de Moura
Presidente
Via: G1
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