Faty Oliveira
Você sabe amar?
Todos esperamos ser amados, isso não é nenhuma novidade. Quem
não quer alguém pra dividir suas vitórias, angústias e esquentar os pés em uma
noite fria, não é?
Mas infelizmente muitos ainda estão na luta, procurando a
“tal pessoa” e, após tentativas, criando uma grande e profunda decepção para os
assuntos do amor. Outros, por sua vez, desistiram de encontrar alguém perfeito
e se entregaram ao “amor casual” ou o famoso “estou na pista pra negócios”.
Todo esse contexto é comum a qualquer um e possui os mais
variados motivos de existir. No nosso caso, essa dificuldade acontece por causa
do preconceito das pessoas em relação às diferenças. Correto? Contudo, e quando
o problema também é a gente? Como fazer?
Sim, somos responsáveis pelos rumos de nossa história. Não
estou aqui diminuindo ou ignorando todas as experiências de preconceitos que
temos diariamente, seria impossível fazer isso. Mas nem tudo são pedras e em
meio delas podemos achar algumas flores.
Tive poucas histórias amorosas na minha vida, em verdade,
namorei MESMO duas vezes. A maioria das pessoas que conheci passaram por mim
deixando algum aprendizado, seja bom ou não. Sempre considerei que não atraía
os outros por ser cadeirante e isso era regra na minha cabeça, mas quando comecei
a fazer terapia me deparei com um dilema: “como consegui encontrar essas
pessoas e fazê-las gostarem de mim?”
Bom, já falei sobre amor próprio aqui no blog e vou reforçar
um pouquinho mais porque acho importante lembrar sempre: só consegui fazer as
pessoas gostarem de mim quando APRENDI A
ME GOSTAR primeiro.
E porquê repetir isso? Pois bem, vou lhes dizer. Hoje tenho
a oportunidade de namorar uma pessoa bacana o qual não se incomoda com minha
deficiência. Ele me ajuda em tudo quando saímos, sabe das minhas necessidades e
lida com as dificuldades numa boa.
Entretanto, isso só
foi possível por minha causa. Ele viu a forma como resolvo essas questões,
me perguntou quando tinha dúvida e divertia-se com as minhas maneiras de
explicar. Por exemplo: ele demorou um tempo pra aprender a me carregar sem
machucar, e ficava tenso toda vez que ia me pegar. Daí resolvi sempre dar um
beijo nele ou brincar quando ia me ajudar. Conclusão: ele aprendeu e hoje
sente-se muito mais seguro nisso.
É primordial que você
saiba lidar com sua deficiência, antes
de esperar que alguém o faça. Afinal, ninguém sabe do que e como precisa de
ajuda. Se não fizer isso o outro ficará sem jeito e vai criar uma resistência,
afastando-se e deixando de aprender algo valioso.
Isso, meus queridos amigos e amigas, é amor.
Amor é saber reconhecer as dificuldades do outro e ajudar
nelas. É não ter receio de receber uma pessoa em sua vida, mas convidá-la a
participar dela. É não esperar milagres, contudo auxiliar no desenvolvimento do
relacionamento, pois faz parte dele. Amor é se amar para que o outro faça o
mesmo.
Assim, avalie-se. Se conheça e pergunte-se: eu realmente sei
amar? Nunca é tarde pra se endireitar e correr atrás da felicidade.
Faty Oliveira
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