Você sabe amar?


Todos esperamos ser amados, isso não é nenhuma novidade. Quem não quer alguém pra dividir suas vitórias, angústias e esquentar os pés em uma noite fria, não é?

Mas infelizmente muitos ainda estão na luta, procurando a “tal pessoa” e, após tentativas, criando uma grande e profunda decepção para os assuntos do amor. Outros, por sua vez, desistiram de encontrar alguém perfeito e se entregaram ao “amor casual” ou o famoso “estou na pista pra negócios”.

Todo esse contexto é comum a qualquer um e possui os mais variados motivos de existir. No nosso caso, essa dificuldade acontece por causa do preconceito das pessoas em relação às diferenças. Correto? Contudo, e quando o problema também é a gente? Como fazer?

Sim, somos responsáveis pelos rumos de nossa história. Não estou aqui diminuindo ou ignorando todas as experiências de preconceitos que temos diariamente, seria impossível fazer isso. Mas nem tudo são pedras e em meio delas podemos achar algumas flores.

Tive poucas histórias amorosas na minha vida, em verdade, namorei MESMO duas vezes. A maioria das pessoas que conheci passaram por mim deixando algum aprendizado, seja bom ou não. Sempre considerei que não atraía os outros por ser cadeirante e isso era regra na minha cabeça, mas quando comecei a fazer terapia me deparei com um dilema: “como consegui encontrar essas pessoas e fazê-las gostarem de mim?”

Bom, já falei sobre amor próprio aqui no blog e vou reforçar um pouquinho mais porque acho importante lembrar sempre: só consegui fazer as pessoas gostarem de mim quando APRENDI A ME GOSTAR primeiro.

E porquê repetir isso? Pois bem, vou lhes dizer. Hoje tenho a oportunidade de namorar uma pessoa bacana o qual não se incomoda com minha deficiência. Ele me ajuda em tudo quando saímos, sabe das minhas necessidades e lida com as dificuldades numa boa.

Entretanto, isso só foi possível por minha causa. Ele viu a forma como resolvo essas questões, me perguntou quando tinha dúvida e divertia-se com as minhas maneiras de explicar. Por exemplo: ele demorou um tempo pra aprender a me carregar sem machucar, e ficava tenso toda vez que ia me pegar. Daí resolvi sempre dar um beijo nele ou brincar quando ia me ajudar. Conclusão: ele aprendeu e hoje sente-se muito mais seguro nisso.

É primordial que você saiba lidar com sua deficiência, antes de esperar que alguém o faça. Afinal, ninguém sabe do que e como precisa de ajuda. Se não fizer isso o outro ficará sem jeito e vai criar uma resistência, afastando-se e deixando de aprender algo valioso.
Isso, meus queridos amigos e amigas, é amor.

Amor é saber reconhecer as dificuldades do outro e ajudar nelas. É não ter receio de receber uma pessoa em sua vida, mas convidá-la a participar dela. É não esperar milagres, contudo auxiliar no desenvolvimento do relacionamento, pois faz parte dele. Amor é se amar para que o outro faça o mesmo.


Assim, avalie-se. Se conheça e pergunte-se: eu realmente sei amar? Nunca é tarde pra se endireitar e correr atrás da felicidade.  

Faty Oliveira


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