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Pais dão hormônios para impedir o crescimento de filha com lesão cerebral
“Nós pensamos em como a vida seria para ela”, disse a mãe de Charley, Jenn Hooper, de 44 anos, ao The Washington Post. “Se eu tivesse a mentalidade de um recém-nascido o que eu iria preferir? Eu preferiria ter de ser içada ou carregada no colo? Ela vai ganhar algo ao crescer? E vai perder se continuar pequena? Concluímos que não”.
Charley nasceu em 2005 com a pele de cor acinzentada e fazendo movimentos descoordenados, de acordo com um relatório do Ministério da Saúde da Nova Zelândia. Como é comum no país, a mãe de Charley optou por fazer o parto de sua primeira filha em uma clínica com a presença de parteiras. Na Nova Zelândia, um obstetra só costuma ser chamado para acompanhar o nascimento quando a gestação é de risco.
De acordo com Jenn, Charley nasceu sem conseguir respirar e as parteiras falharam em limpar a garganta da menina. Depois colocaram o tubo de respiração errado soprando o ar para o abdômen da garota e não para o pulmão. A ambulância demorou 56 minutos para chegar, tempo que foi suficiente para deixar Charley com sequelas gravíssimas para toda a vida.
Por causa da lesão cerebral, Charley não consegue ver, falar, sentar, mastigar, nem ficar de pé. Os médicos estimam que ela tem o desenvolvimento intelectual de um recém nascido. “Nós não estamos a impedindo de fazer coisas”, disse Hooper a Associated Press. “Crescer a impediria de fazer coisas. Nós não estamos tirando dela nenhuma escolha que já não tenha sido tirada”.
Charley tomou estrogênio para barrar o crescimento de seus ossos e teve o útero e as glândulas mamárias removidas. A família, porém, encontrou dificuldades para encontrar um médico que aceitasse fazer o procedimento na Nova Zelândia, onde vivem. Alguns médicos consideraram que o tratamento poderia prejudicar a saúde de Charley aumentando os riscos de hipertensão, aneurismas e AVCs. Já outros, recusaram atendê-las por considerarem os procedimentos antiéticos.
Até que um médico sul-coreano aceitou prescrever o tratamento para Charley que começou a tomar os hormônios aos quatro anos de idade e fez as cirurgias aos sete anos. “Nós não seríamos capazes de carregá-la se ela continuasse a crescer e ela teria que ficar mais tempo em casa”, disse Jenn ao Kidspot. “Ela já sofre segregação e a vida é feita para se colecionar experiências e memórias”.
Os pais de Charley criaram uma página no Facebook chamada de “Charley’s Bucket List” em que reúnem fotos dos passeios e atividades que a garota faz como andar de helicóptero e ir ao zoológico. As fotos mostram também a menina ao lado se seus dois irmãozinhos, Zak, de 8 anos, e Cody, de 8 meses.
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