Curiosidades
Pessoas com deficiência que vivem em locais pouco propícios à inclusão estão mais propensas à pobreza e ao desemprego de longa duração
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma em cada sete pessoas no mundo tem alguma deficiência – número que representa aproximadamente um bilhão de indivíduos. Desse total, 80% residem nos países emergentes ou em desenvolvimento e, estatisticamente, encontram mais obstáculos para se desenvolver em diferentes aspectos sociais.
Exemplos podem ser vistos nas áreas da saúde – na qual mais de 50% das pessoas com deficiência não conseguem pagar pelos serviços – e da educação – enquanto 60% das crianças completam a escola primária nos países desenvolvidos, apenas 45% (meninos) e 32% (meninas) completam essa etapa nos países em desenvolvimento.
No trabalho, as PCDs encontram duas vezes mais dificuldades para entrar no mercado. Além da baixa oferta de vagas, existe um forte índice de resistência por parte das empresas em contratá-las. É o que aponta a pesquisa “Expectativas e Percepções sobre o Mercado de Trabalho para PCDs”, realizada pela i.Social, consultoria especializada na inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho, em 2017.
O levantamento, feito em parceria com a Catho, ABRH Brasil e ABRH-SP, entrevistou 1.240 profissionais de recursos humanos e constatou que 64% deles acreditam que os gestores apresentam resistência para entrevistar ou contratar candidatos com deficiência. Para Jaques Haber, diretor da i.Social e organizador da pesquisa, muitas empresas ainda têm a percepção de que os profissionais com deficiência são menos qualificados.
“O reflexo disso é que as empresas oferecem vagas com baixos salários ou pouco atrativas para este público, deixando de atrair candidatos que, de fato, sejam qualificados e possam contribuir com o crescimento da companhia. O profissional, muitas vezes, prefere ficar desempregado a aceitar um trabalho que não está dentro de suas perspectivas”, afirma.
A mesma pesquisa – que também entrevistou 1.091 pessoas com deficiência de 19 estados brasileiros – mostrou que 57% dos respondentes encontram-se desempregados e 45% não receberam ofertas de trabalho no último mês. Esse número é ainda maior, conforme dados mais recentes da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS): apenas 418.521 pessoas com deficiência trabalham com carteira assinada, o que representa menos de 1% do total de vínculos empregatícios no país (mais de 46 milhões).
Ter uma deficiência aumenta o custo de vida em cerca de um terço da renda, em média. No Brasil, existe o Benefício de Prestação Continuada, prestado pelo INSS, que garante à pessoa com deficiência de qualquer idade com impedimentos de natureza física, mental, intelectual ou sensorial de longo prazo o pagamento de um salário mínimo mensal (R$ 954,00 em 2018). No entanto, as necessidades dos brasileiros vão além deste valor.
No caso das PCDs, o ofício remunerado também é uma forma de trazer mais autonomia e independência. Mas para que o trabalho seja possível, o ambiente onde ela vive também deve ser propício à inclusão.
Um estudo recente realizado em Portugal – “Pessoas com Deficiência em Portugal – Indicadores de Direitos Humanos 2017” – mostra que o local/município/agregado onde as pessoas com deficiência vivem tem forte influência em relação aos riscos de pobreza e de desemprego de longa duração. Ou seja, deficientes que moram em locais com poucas oportunidades de trabalho e baixos salários estão mais sujeitos à exclusão e, consequentemente, à pobreza.
No Brasil, municípios com maior densidade demográfica ou que reúnem centros ou polos econômicos geralmente oferecem melhores condições para as PCDs, seja porque as oportunidades de trabalho são mais ativas ou porque as companhias situadas nestes locais costumam atender a Lei de Cotas (que obriga empresas com 100 ou mais funcionários a destinarem de 2% a 5% de suas vagas para empregados com deficiência).
Por outro lado, quem reside em cidades sem essas mesmas oportunidades tende a enfrentar o desemprego ou recorrer ao trabalho informal. O trabalho informal para profissionais com deficiência contribui para a falta de dados e estatísticas referentes a empregabilidade deste público, o que leva à invisibilidade da causa em determinados ambientes.
Conscientizar e sensibilizar chefes, gestores e profissionais de RH quanto à importância da inclusão e contratação de deficientes deve ser o primeiro passo, independentemente do tamanho, localização ou ramo de atuação da empresa. Porém, a pesquisa da i.Social mostra que 89% dos RHs declaram que faltam informações disponíveis quando o assunto é inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho, e 85% afirmam ser mais difícil encontrar candidatos com deficiência em comparação aqueles sem deficiência.
“É necessário trabalhar cada vez mais no sentido de gerar informações que auxiliem e orientem os profissionais de RH na condução de ações inclusivas, só assim será possível eliminar obstáculos e focar no planejamento de políticas de desenvolvimento que melhorem a vida das pessoas com deficiência como um todo”, conclui Haber.
No trabalho, as PCDs encontram duas vezes mais dificuldades para entrar no mercado. Além da baixa oferta de vagas, existe um forte índice de resistência por parte das empresas em contratá-las. É o que aponta a pesquisa “Expectativas e Percepções sobre o Mercado de Trabalho para PCDs”, realizada pela i.Social, consultoria especializada na inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho, em 2017.
O levantamento, feito em parceria com a Catho, ABRH Brasil e ABRH-SP, entrevistou 1.240 profissionais de recursos humanos e constatou que 64% deles acreditam que os gestores apresentam resistência para entrevistar ou contratar candidatos com deficiência. Para Jaques Haber, diretor da i.Social e organizador da pesquisa, muitas empresas ainda têm a percepção de que os profissionais com deficiência são menos qualificados.
“O reflexo disso é que as empresas oferecem vagas com baixos salários ou pouco atrativas para este público, deixando de atrair candidatos que, de fato, sejam qualificados e possam contribuir com o crescimento da companhia. O profissional, muitas vezes, prefere ficar desempregado a aceitar um trabalho que não está dentro de suas perspectivas”, afirma.
A mesma pesquisa – que também entrevistou 1.091 pessoas com deficiência de 19 estados brasileiros – mostrou que 57% dos respondentes encontram-se desempregados e 45% não receberam ofertas de trabalho no último mês. Esse número é ainda maior, conforme dados mais recentes da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS): apenas 418.521 pessoas com deficiência trabalham com carteira assinada, o que representa menos de 1% do total de vínculos empregatícios no país (mais de 46 milhões).
Ter uma deficiência aumenta o custo de vida em cerca de um terço da renda, em média. No Brasil, existe o Benefício de Prestação Continuada, prestado pelo INSS, que garante à pessoa com deficiência de qualquer idade com impedimentos de natureza física, mental, intelectual ou sensorial de longo prazo o pagamento de um salário mínimo mensal (R$ 954,00 em 2018). No entanto, as necessidades dos brasileiros vão além deste valor.
No caso das PCDs, o ofício remunerado também é uma forma de trazer mais autonomia e independência. Mas para que o trabalho seja possível, o ambiente onde ela vive também deve ser propício à inclusão.
Um estudo recente realizado em Portugal – “Pessoas com Deficiência em Portugal – Indicadores de Direitos Humanos 2017” – mostra que o local/município/agregado onde as pessoas com deficiência vivem tem forte influência em relação aos riscos de pobreza e de desemprego de longa duração. Ou seja, deficientes que moram em locais com poucas oportunidades de trabalho e baixos salários estão mais sujeitos à exclusão e, consequentemente, à pobreza.
No Brasil, municípios com maior densidade demográfica ou que reúnem centros ou polos econômicos geralmente oferecem melhores condições para as PCDs, seja porque as oportunidades de trabalho são mais ativas ou porque as companhias situadas nestes locais costumam atender a Lei de Cotas (que obriga empresas com 100 ou mais funcionários a destinarem de 2% a 5% de suas vagas para empregados com deficiência).
Por outro lado, quem reside em cidades sem essas mesmas oportunidades tende a enfrentar o desemprego ou recorrer ao trabalho informal. O trabalho informal para profissionais com deficiência contribui para a falta de dados e estatísticas referentes a empregabilidade deste público, o que leva à invisibilidade da causa em determinados ambientes.
Conscientizar e sensibilizar chefes, gestores e profissionais de RH quanto à importância da inclusão e contratação de deficientes deve ser o primeiro passo, independentemente do tamanho, localização ou ramo de atuação da empresa. Porém, a pesquisa da i.Social mostra que 89% dos RHs declaram que faltam informações disponíveis quando o assunto é inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho, e 85% afirmam ser mais difícil encontrar candidatos com deficiência em comparação aqueles sem deficiência.
“É necessário trabalhar cada vez mais no sentido de gerar informações que auxiliem e orientem os profissionais de RH na condução de ações inclusivas, só assim será possível eliminar obstáculos e focar no planejamento de políticas de desenvolvimento que melhorem a vida das pessoas com deficiência como um todo”, conclui Haber.
Via: Exame
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